domingo, 6 de outubro de 2013

MESMO SENDO INÚTEIS, DEUS NOS ACOLHE

                    As leituras do vigésimo sétimo domingo do t.c. ano C, nos ajuda a compreender que fé, é uma realidade toda particular entre o fiel e Deus, a mesma não pode ser medida, passa por crises, em alguns momento esta fraca, em outros forte, fé é a experiencia da fraqueza humana, diante da grandeza de Deus.
          Habacuc na primeira leitura, confronta Deus num diálogo provocante, "Senhor até quando clamarei sem me atenderes", "Até quando devo gritar a Ti sem me socorreres". O que espera Habacuc?, não é um Deus que venha resolver os seus problemas, como um magico, mas um ser humano possuidor de uma fé capaz de apontar saídas às situações difíceis, com o auxilio da justiça divina, que interiorizadas na vida, torna justas as pessoas, o justo é aquele que vive por sua fé, se conscientiza que muitas realidades do mal podem ser mudadas, nos relembra neste sentido o salmo, 94, "Não fecheis o coração, ouvi a voz de Deus!". É com coração (vida) aberto que escutamos a Deus, ao seu encontro caminhamos, adorando-o, louvando-o questionando-o, como Habacuc. Pois ele é o nosso Deus o nosso Pastor decididamente proclamamos "Somos o seu povo e o seu rebanho".
             Na segunda leitura,  Paulo nos convida reavivarmos a chama da fé, que é um dom de Deus, neste reavivar nos fortalecemos. Vençamos a timidez, que é uma fé fraca, com sobriedade, sem estéria religiosa, com amor testemunhemos nosso Salvador Jesus Cristo, testemunho que deve acontecer até as últimas consequências, tomemos coragem, se for preciso soframos pelo evangelho, como aconteceu com Paulo que, por Cristo evangelho de Deus, se tornou prisioneiro. Se suportarmos tudo, fortificados por Deus, guardaremos o precioso tesouro da fé, que pela a tradição autentica da Igreja, chegou ate os nossos dias, com a ajuda do Espírito Santo que em nós habita, passaremos para gerações futuras a experiência apostólica, solo fértil da edificação, alicerce da igreja Una, Santa Católica.
        Lucas apresenta os apóstolos, pedindo ao Senhor Jesus: "Aumenta a nossa fé", em resposta Jesus aconselha a terem fé do tamanho de uma semente de mostarda, já é o suficiente, afirma que com ela poderemos enfrentar o mar, que são os problemas, dificuldades, tormentos, sofrimentos, humilhações, desesperos, que como as ondas  de um mar em tempestade, nos sacode para todos os lados. 
             Com esta fé, pequena no meio desses tormentos, se fixará a amoreira, símbolo da oração, da firmeza, esperança, fé, a árvore que nos ampara - o próprio Jesus -, em seguida nos apresenta Deus como aquele que prepara a mesa para nos servir, deixando bem claro que o poder se apresenta no serviço. 
              Nos faz perceber o quanto somos inúteis com relação ao que devemos fazer para Deus, pois os nossos atos ainda que bons, serão sempre minúsculos diante da grandeza de Deus. Se temos fé, é para o nosso próprio bem, se praticamos bons atos como caridade, oração, prática da palavra de Deus...é muito mais que nossa obrigação fazermos isso, como nos relembra a oração da coleta desta missa (M.r pag 371) "Deus eterno e todo poderoso que nos concedei no vosso imenso amor de Pai mais do que merecemos e pedimos", por melhores que sejam nossas práticas religiosas,  elas não nos fazem alcançarmos nada diante de Deus, as boas práticas devem ser realizadas sim, pois humaniza a bestialidade humana.  Deus é este que, no seu amor nos concede muito mais do que merecemos, pedimos na nossa pequenez, entre crises de fé, ele é o nosso socorro, esperança, por isso deposita em nossas mãos a construção de um mundo muito melhor, estruturado com a fé e a vida.

Pe. Antonio Gouveia

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