sexta-feira, 30 de agosto de 2013

CARIDADE O REFLEXO DE DEUS.

A caridade é uma virtude teologal, distribuída bondosamente por Deus, retirada do seio da Santíssima Trindade, direcionada aos filhos e filhas de Deus, afim de que o mundo reconheça, veja, experimente o lado bom do ser humano." A caridade cobre com um véu os defeitos do homem"(René Descartes) Entre as várias finalidades dessa virtude sobrenatural, há a de aperfeiçoar o ser humano, para o seu próprio bem para bem de seus irmãos, essa pratica teologante ajuda vencer o ódio, enxotar o demônio superar as diferenças trilhar o caminho da santidade, "O ódio desperta rixas; a caridade porém supera todas as faltas" (Prov-10, 12).
             Ancorados na caridade, os filhos de Deus caminha por esta terra deixando a sua marca amorosa," Quem vive a caridade vive em Deus" (S. Pedro Pietrelcina) iluminando as trevas, servindo o próximo com uma profunda atitude de louvor à Deus, de modo muito humilde, recebe de Deus, o centuplo de tudo aquilo que doa de forma graciosa:

  • A palavra que enriquece o coração.
  • A piedade que fortalece a alma.
  • O amor que supera o ódio.
  • A bondade que expulsa a maldade.
  • O sorriso que destrói  a tristeza.
  • O pão material e espiritual ...
"Mas acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição" (Col-3, 14). São Paulo, apresenta a caridade como uma veste espiritual, que divinamente protege o caridoso, levando-o a uma profunda união com a perfeição consequentemente aquele que pratica caridade se ornamenta com sentimentos de: carinho, compaixão, bondade, humildade, mansidão, paciência, assim tudo suporta sempre confiantemente esperando no bem maior - Deus - início, continuidade eterna existência de todos aqueles que se despojam da velha criatura, de todas as suas obras ruins. "Porque os anjos tem asas como as aves, o ser humano tem pelo como os bichos, e todos temos alma como Deus" (S. Francisco de Asis), a caridade é resplandecer da alma de Deus em nos.

           Jesus reflete para todos o rosto de Deus, sua essência,  a própria caridade na qual somos filhos de Deus, "Vede que grande caridade nos tem concedido o Pai; que fossemos chamados filhos de Deus" (1Jo-3, 1), muito mais será manifestado em nós por Deus, quando ele aparecer, seremos semelhantes a ele, pois é pela caridade, que a ele pertencemos, somos, esperamos. Todo aquele que nele espera, purifica-se assim como ele é puro, em Cristo que devemos praticar todas as boas obras, não em nos mesmos, devemos ser diminuídos para o Cristo aparecer. Mas devemos ser fortes, pois seremos odiados, perseguidos, abalados, não vencidos, "Não vos admireis, irmãos, se o mundo vos odeia" (1Jo-3, 16). o mal é intimidado pelo o amor é a caridade.
          A caridade é como uma escada que se abre no íntimo de quem a pratica, levando o caridoso para Deus. Entendemos também por caridade milhares de mulheres que se uniram à Cristo, pelo vínculo da vida consagrada, as religiosas, chamadas simplesmente de "Irmãs de Caridade", praticam o amor ao próximo, são na vida da igreja importantíssimas naquilo que realizam, servindo Deus que sofre no próximo, fazendo desse serviço uma verdadeira liturgia levada ao altar, como ação de graças de quem abraçou o chamado de Deus, na ação de graças do serviço realizado na mística da simplicidade, oração, doação.
        Podemos citar grandiosos exemplos que pela grandeza do feito fala por si só, Beata irmã Dulce da Bahia que se consumindo de forma feliz e alegre é identificada por muitos como o "Anjo Bom da Bahia"; Doutora. Zilda Arns que no final dos anos setenta desenvolve um trabalho simples de socorro a crianças desnutridas, com várias mulheres, salvando a vida de infinitos números de crianças nas regiões periféricas da vida, do norte e nordeste em todos os lugares necessitado onde a santa caridade agia e continua agindo, pois como Dom do Espírito Santo é uma prática contínua e eterna.
       Poderíamos citar uma enorme lista de pessoas que se revestiram da caridade. Muitas atuam em nossas comunidades paroquiais, em Cristo, por Cristo, no Cristo são avivadas na alegria de servir. Recorramos a nossa senhora  da caridade a são Jose, todos os santos que purificados na caridade, acendam em nossas vidas chamas ardentes de amor e caridade, para que no serviço ao próximo testemunhemos o amor e a fé.

 Pe. Antonio Gouveia

domingo, 25 de agosto de 2013

JESUS, A PORTA ABERTA

     O refrão do salmo 116, convida-nos a proclamar o evangelho a toda criatura. A boa nova precisa ser anunciada, na forma de louvores, festejada, celebrada, com o povo pois é o santo evangelho, é o amor de Deus provado e comprovado para com todos, que se deixam renovar, ao acolhermos o evangelho, experimentamos a fidelidade de Deus, seu projeto de vida proposto a todos.
     Na 1ª. leitura do profeta Isaías: Deus afirma "Eu conheço suas obras e seus pensamentos", (Is-66, 18) aqui está a fidelidade de Deus, que perpassa desde o nosso pensamento á nossas atitudes, esta fidelidade também se cumpre na universalidade da salvação, que vem reunir todos os povos e em todos resplandecerá a glória de Deus, através daqueles que semeiam a mensagem da salvação, proclama as maravilhas do Senhor. 
      Na 2ª. leitura, São Paulo falando aos Hebreus, os questiona se os mesmos já se esqueceram das palavras de encorajamento, palavras essas, anunciadas como orientação aqueles a quem Deus escolhe como filhos e filhas, "Meu filho não desprezes a educação do Senhor", (Hb-12, 5) na visão de Paulo, a palavra de Deus educa, forma a mulher e o homem novo, é aquele grande sinal que o profeta Isaías aponta na 1ª. leitura, "Porei no meio deles (povo) um sinal, enviarei mensageiros", (Is-66,19).  São Paulo pede para não desanimar-nos, pois a correção de Deus para com seus filhos é sinal de amor. Nos convida a ver na repreensão, luz para o nosso crescimento, meios para se aprender a praticar a justiça, a viver na paz. Ajustiça a paz são considerados como frutos que alimenta o ser humano. Nos convida a oração, ainda que com mãos cansadas e joelhos enfraquecidos, nos apresentemos diante de Deus como oferendas, vasos purificados. "O que o homem pode fazer de melhor para a sua felicidade é por-se em harmonia constante, com Deus por meio de suplicas e orações" (Platão) . Tomemos todo cuidado, para que não se extravie o que é manco!, com esse alerta, Paulo nos convida a pensar na nossa própria condição, nossos defeitos, causa de deformação no homem carnal, originário no Adão, porém criado a imagem e semelhança de Deus, lutemos para não sermos deformados pelo pecado que ataca, seduz, ilude, engana o filho e a filha de Deus. Podemos nos curar pela força da palavra proclamada, mas também acolhida, sobretudo vivida como prática cristã: defesa da vida, cuidado e amor para com a natureza, justiça social, inclusão de todas as pessoas na igreja... assim como propõe o profeta Isaías na 1ª. leitura, "Virei para reunir todos os povos e línguas, eles virão e verão a minha glória" (Is-66, 18). a porta aberta para todos, a salvação
       Lucas-13, 22-30, mostra Jesus se dirigindo a Jerusalém, passando por cidades e povoados, realizando o que pede refrão do salmo, "Proclamai o evangelho a toda criatura!" (Sl 116). Diante do que Jesus falava, surgia perguntas como esta: "Senhor é verdade que são poucos os que se salvam?". esta é a pergunta de todos quando se confrontam com as desilusões da vida, com o tempo que perderam com coisas inúteis, quando se deixaram seduzir pelo ódio, vingança, falta de fé... A pregação de Jesus é como aquelas palavras dirigidas ao filho, na forma de repreensão e correção, apontadas por São Paulo na 2ª. leitura, "Meu filho não despreze a educação do Senhor, não te desanime quando ele te repreende; pois o Senhor corrige a quem ele ama, e castiga a quem aceita como filho",  (Hb-12, 6) Jesus respondendo a pergunta, diz que é preciso fazer todo esforço possível, pois o impossível para salvação do gênero humano, cabe a Deus e ao seu poder. Compara a salvação como uma porta estreita, pela qual todos devemos passar, Jesus é a própria porta que está sempre aberta para acolher uma alma edificada na renuncia, no sofrimento, no amor desprendido, no contínuo esforço de praticar a palavra de Deus, viver a fé, servir o próximo, aquela alma que sem desanimar carrega a sua cruz, não dá muita importância para a sua vida neste mundo, aquele que se esforça para ajuntar um tesouro no céu, os que se deixam purificar sempre esperando e confiando no Senhor, estes com tranquilidade passarão pela porta estreita, entrada para o céu, "A casa do nosso pai, o céu, está no centro de nossa alma" (Beata Elisabete Trindade)
     Os estufados, inchados, obesos de soberba, arrogância, falta de fé, indiferença religiosa, ladrões, mentirosos, fofoqueiros, libertinos, egoístas, presos às coisas terrenas, corruptos, debochadores da fé, orgulhosos, vândalos, destruidores da natureza, assassinos, aqueles que ganham e sobrevivem com o suor dos outros, os opressores ..., todos esses de almas monstruosas e gigantescas pela maldade, não conseguirão passar pela porta que é Jesus, e quando a porta for fechada, não adiante bater. Os que ficarem do lado de fora clamarão dizendo: "Senhor, abre-nos a porta", (Lc-13, 25) a resposta é: "Não sei de onde sois" (Lc-13, 25). Vão usar para si o recurso de que comeram, beberam, (comungaram o corpo e o sangue de Jesus, sem viver a verdadeira comunhão), lembremo-nos de Judas que comeu diante do Senhor e no entanto o traiu. Ate ouviram a palavra mas não se deixaram renovar pela mesma. Oravam, como aquele Fariseu arrogante na sua oração, só na aparência, se praticaram caridade, foi para auto-promoção, não para louvar a Deus, invocaram o nome de Deus, mas apenas para explorar o necessitado, é por isso que não são conhecidos de Jesus. "Afastai-nos de mim todos vós que praticaram injustiça" (Lc-13, 27), essas pessoas irão para um lugar de choro e ranger de dentes, o inferno, não tomarão lugar na mesa do reino, (a mesa simbolo do banquete celestial), lançados fora, sofrerão muito mais quando virem Abraão, Isaac, Jacó, simbologia de todos que abraçaram piedosamente o anuncio do evangelho, se deixaram purificar, santificar no amor de Deus, alvejaram suas vestes no sangue do cordeiro. 
       A oração da coleta do 21º. domingo do tempo comum ano C, vem de encontro com o relato do santo evangelho de Lucas, pois a oração é um pedido para que Deus una todos os corações dos fiéis em um só desejo, que é amar e esperar aquilo que o Senhor prometeu, ainda que na instabilidade, insegurança deste mundo, que se apresenta a nós, como portas largas e espaçosas. Cuidado! para que o nosso coração continue nas verdadeiras alegrias anunciadas por Jesus, no sopro do Espírito Santo através da igreja, una, santa, católica. Peçamos à Santa Virgem Maria e ao justo e honesto esposo São Jose, aos anjos e aos santos todos, para que edifiquem em nós o amor de Deus, a prática da caridade, a profunda piedade para com a santa palavra de Deus,  para com a igreja, afim de que cada vez mais purifiquemos e fortaleçamos o nosso espírito, rumo aquela porta, a entrada da salvação. 
                                                                      
                                                                  Assim seja, Amem!!!

Pe. Antonio Gouveia.   

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

AME SEMPRE A IGREJA CATÓLICA

           Inglaterra foi convertida ao protestantismo à força, na marra, o rei Henrique VIII queria se divorciar de sua esposa Ana Bolena, a igreja católica que sempre defende o santo matrimônio não concordou,revoltado e enfurecido ele funda sua própria igreja em 1535. Igreja Anglicana, obriga o seu parlamento a aprovar leis contra a igreja católica e contra os padres, ele se torna rei (poder temporal) e autoridade religiosa (poder espiritual), tomava os bens católicos, perseguia padres, bispos e freira, queimava as igrejas, roubava-lhes os bens. Diante disso os camponeses católicos o povo católico, lutavam para defender a igreja, foram trucidados,  mais de um milhão de católicos foram mortos e as rixas continuam até hoje entre protestantes ingleses e católicos. (a história da igreja na Inglaterra, Leipzig, livro 1 pg. 54).
              Escócia, por lei civil, o catolicismo foi abolido, quem celebrasse missa e quem participasse era condenado a morte, todos tinham que se tornar calvinista = presbiteriano, tribunais protestantes foram criados para levar católicos à morte. (Westimister Review, livro LIV, pg. 453).
        Dinamarca, o protestantismo foi imposto por Cristiano II apelidado de "O Nero do Norte", por causa de sua maldade, em 1569 decretou vinte e cinco artigos obrigando todos a se tornarem Luteranos, tomou os bens da igreja católica, expulsou bispos, padres e freira. Em 1789 na Dinamarca foi decretado que se um padre pisasse em terra dinamarquesa fosse assassinado (origem e progresso da reforma, pg 204, editora Agir 1923).
         Suécia, Gustavo Wasa, por lei acaba com o catolicismo e decapita Jacobson e Knut dois bispos católicos, fechou seminários, destruiu igrejas, o povo católico pega em armas para se defender, mas foram afogados no próprio sangue pelo exército protestante. (a reforma protestante, pg. 203, 7ª edição 1958).
        Suíça, o senado coagido pelo rei, proíbe o catolicismo, os mártires foram inumeráveis (J.B. Galiffe, notícias genealógicas, livro 3 pg.403).
        Holanda, as camaras do Estado proíbe o catolicismo, mata inúmeros padres, leigos e freiras, destroem igrejas e mosteiros. (Luigi Geovanni e M. Sgarbossa en il  "Santo Del Giorno", 4ª edição 1978, pg 224).
         Alemanha, todo governo foi amparado por calvinistas e luteranos. Palavras do alemão Lutero "Eu Martin Lutero, exterminei os camponeses, ordenei-lhes suplícios, que seu sangue recaia sobre mim, mas o faço subir até Deus, pois foi Ele quem me mandou falar e agir como agi e falei"(Veit Valentan, história universal, livro 2, pg 248-249, editora Martins, SP 1961).
      Estados Unidos, a princípio, foi usado como esconderijo para o puritanos protestantes  que não aceitavam a autoridade do Rei da Inglaterra, ou seja, Igreja Anglicana, fugiram para não serem mortos, mas chegando na América escapelava os índios matando-os, afirmando que eles não tinham almas. Em todos esses países os ditos convertidos tiveram suas conversões a ferro e a fogo "cegos condutores de cegos" (Mt. 15,14) - "Que rodeiam o mar e a terra para fazer um discípulo e quando o fazem o tornam duas vezes mais digno do inferno do que eles(Mt 23,15).
             Brasil, a chamada terra nova, não ficou impune a perseguição protestante, ainda hoje, o católico é chamado de idólatra, adoradores de Maria, queimadores de vela, pagãos condenados ao inferno. Não cessou o ódio dos ditos crentes evangélicos, ou até mesmo cristão como alguns se define, não é de hoje. Em 15/07/1570 os protestantes calvinistas, mataram à espada quarenta Jesuítas, entre eles Inácio de Azevedo morto a cuteladas (golpes de espada), morreu segurando o quadro da Virgem Maria, encorajando a todos, animando-os a resistirem ao ataque protestante que degolou a todos. (Enc Microsoft, encart 99, Verbet "Inácio de Azevedo". Beato).
            Outro fato que não pode ser esquecido, foi o massacre de Uruaçu - Rio Grande do Norte em 06/10/1645, onde vinte e oito cristãos católicos foram trucidados mortos, esse ataque foi liderado por Jacob Rabb protestante calvinista = presbiteriano, só escapava quem abandonasse a fé católica e se convertesse ao calvinismo.
              Os índios convertidos ao calvinismo com o seu chefe Paraopeba e Jacob Rabb com soldados holandeses, invadiram a igreja no momento em que o padre Ambrósio Francisco Ferro, celebrava a Santa Missa, ele foi torturado e assassinado, decapitaram as crianças, partiam outros ao meio, degolavam outros tantos, decepavam outros arrancando-lhes pernas e braços, ninguém renegou a Deus e a fé católica, derramaram o seu sangue conservando a fé que receberam de seus antepassados, A FÉ CATÓLICA!

Padre Antonio Gouveia

domingo, 18 de agosto de 2013

ASSUNÇÃO DA VIRGEM MARIA

          O dia quinze de agosto, é separado para uma festa mariana dedicada a Assunção de Nossa Senhora. No Brasil é transferida para o domingo seguinte, de forma solene esta festa nos convida a um mergulho no poder de Deus, que ao nos visitar quis habitar na Virgem Maria, concederia à mesma, alegrias e sofrimentos. Tomada por uma obediência que cresceu na liberdade, a Virgem Maria aceita, de tal forma ser mãe do filho de Deus que anulando-se por completo apresenta-se diante de Deus, como uma escrava, não sob o peso da força e dominação, forma comum de se compreender o escravo, mas em temor e amor, ela se deixa purificar  até que recebe a visita do anjo, se deixa cobrir na sombra do Espírito Santo, tornando-se a Arca da Nova Aliança, acolhendo dentro de seu pequeno ser, a grandeza gigantesca, poderosa de Deus, a nova lei Jesus, é revestida de sol, pois gera a luz da justiça, Jesus. Seus pés são apoiados pela a lua, é aquela que caminha nas trevas sem tropeçar. A sua cabeça é repleta de estrelas, pensa vive e age na vontade de Deus, não pertence mais ao mundo natural, embora vivendo nele, não deixa de ser perseguida, porém, nunca vencida, ela interrompe a força do dragão, personificação do mal, que  queria devorar o filho, mas é impossível o mal devorar o bem, aquele que ela gerou é o governo do amor da paz, que junto de Deus, conduz todos para Deus, "Agora realizou-se a salvação, a força e a realeza de nosso Deus, e o poder no seu Cristo" (Ap-12, 10). Diante desta realização, o salmo nos diz, de que as filhas do rei vem ao vosso encontro e a rainha está vestida com vestes esplendentes de ouro de ofir.
          São Paulo na 2ª. leitura aos corintios, apresenta o Cristo agindo no no poder de Deus. Como o ressuscitado, o primeiro, ele destrói a morte vinda do primeiro homem, Adão. Pois nele todos ressuscitarão, segundo uma ordem determinada o Cristo, depois os que a ele pertencem por ocasião de sua vinda, aqui podemos compreender que a primeira pertença no Cristo, foi a Virgem Maria que o gerou, a mesma é purificada de toda mancha, de todo pecado, pois de outra forma não poderia receber,  gerar o filho único e amado de Deus, torna-se imaculada, simbologia compreendida no refrão do salmo nr. 44 "Com veste resplendente de ouro de Ofir" esta veste é o próprio Jesus, que a purifica.
          Lucas no evangelho, apresenta a Virgem Maria levando Jesus consigo, a primeira experiência missionária, que é a casa de Izabel, compreendida como a Igreja celeste, pois esta casa está localizada no alto da montanha, fora do nível comum. O júbilo o contentamento de Izabel, saúdam à Maria, é a própria alegria celestial, Izabel experimenta o fervor dos anjos. E proclama repleta de luz, "Bendita és tu entre as mulheres e Bendito é o fruto de teu ventre", nas alturas da montanhas, Maria já é Bendita, Assunta, assim como o fruto, o pão da vida eterna, gerado no seu ventre. O pequeno presente em Izabel - João Batista, ainda no seu mundo misterioso, tem uma das suas primeiras e únicas alegrias, tão intensa que o mesmo salta no ventre de sua mãe Santa Izabel, sem estar na terra propriamente dita, participa do gozo celestial ao encontrar Jesus, nada mais lhe é desejado, depois dessa intima união com a co-Redentora da salvação: a Virgem Maria e o supremo Redentor, nela gerado.
     A Bem-Aventurada, apresentada por Lucas, mostra a salvação para Izabel e São João Batista, e proclama: Será cumprido o que o Senhor prometeu, o cumprimento é proferido pela boca da Virgem Maria, é por esta e por muitas outras situações misteriosas experimentada pela Virgem santa mãe, que ela diz acerca de si mesma "A minha alma engrandece ao Senhor, e meu espírito se alegra em Deus meu Salvador", já é a própria Assunção existindo, se abrigando, morando no todo da Virgem Maria, testemunhada por Izabel e experimentado na santa inocência de São João Batista.
           A morte não pode mais tragá-la, pois este inimigo não tem mais efeito sobre aqueles que pertencem a Cristo. Como processo natural, passou por um sono, sendo seu corpo preservado da corrupção, assim como foi preservado o corpo que nela foi gerado, Jesus, o nosso redentor. Lucas ainda afirma por palavras da Virgem Maria: "Doravante todas as gerações me chamarão Bem-Aventurada, porque o todo poderoso fez grandes coisas em meu favor". Qual seria essas coisas? infinitas! para a compreensão humana, mas com certeza entre elas está a sua elevação aos céus, a sua Assunção cercada pelos anjos, que desde aquele momento em que o arcanjo Gabriel a visitara,  a mesma nunca mais esteve a sós, sempre servida pela companhia dos santos anjos, ainda visivelmente peregrinando por esta terra, já era toda do céu, só a ele pertencia, e do céu desfrutava quando guardava o silencio em seu coração. Meditava sobre tamanha graça, a santidade materna, um verdadeiro tesouro espiritual entregue por Deus à humanidade, através da Virgem Maria. " Maria é na cristandade inteira, o mais nobre tesouro depois de Cristo e que o mundo nunca poderá exaltar o suficiente, a mais nobre imperatriz e rainha, exaltada e bendita acima de toda a nobreza, com soberania e santidade" (Martinho Lutero- pai do protestantismo)
        É um presente destinado pelo próprio Deus aos cuidados da Igreja, Una, Santa, Católica,  através da igreja a Virgem se entrega à todos. Em reconhecimento da grandeza e importância de Nossa Senhora para todos, e para tudo, o Papa Pio XII em 01/11/1.950, declara na Basílica de São Pedro, aquilo que a bíblia já relatara a muito tempo, a elevação da Virgem Maria aos céus, sua ASSUNÇÃO, promessa de Deus àquela que repleta de virtudes, enfrentou o sofrimento, abraçou a penitência, a dor no corpo e na alma, fazendo de Deus a sua justiça, nele esperando, vivendo de forma santa, confiante, alegre, passou por uma morte santa, que se deu no campo do natural. 
         Toda vez que ocorre uma morte no Senhor, se realiza no Senhor, uma ressurreição e Assunção aos céus,  tal prova suave e tranquila é a Virgem Maria, assunta aos céus em corpo e alma, com cortejo celestial, plantando em todos a alegria de uma vida eterna, depois de uma breve vida terrena. "Por ti mãe, o pecador esta firme na esperança, caminhar para o céu lar da bem aventurança! oh morada da paz!  canal de água sempre vivo, jorrando água para a vida eterna" (Poema a virgem- José de Anchieta)

Pe. Antonio Gouveia

sábado, 17 de agosto de 2013

PIEDADE

     Piedade, é um dos dons do Espírito Santo, é um verdadeiro tesouro espiritual concedido à pessoa que quer unir-se a Deus, a piedade ajuda desenvolver a santidade ao longo da vida. Serve também para atacar o maligno, enfraquece-lo, derrota-lo, além disso fortalece a pessoa na sua busca às coisas do alto, enraizando, edificando o espírito, mantendo-o sempre na presença do senhor e de sua graça.
"A piedade é uma das mais preciosas faculdades da alma humana" (Leon Tolstoi). Aquele que pratica piedade é identificado como: O Piedoso, pois se relaciona com as coisas de Deus de forma singular, santamente, usufruindo nelas, o poder e ação de Deus. É fortalecido com uma disposição sobrenatural interior, vive com amor, respeito, relaciona suas atitudes, posturas, com as coisas de Deus - toda obra criada, Jesus, Espírito Santo e todas as suas manifestações, Dons, carismas, sua santa mãe Nossa Senhora Virgem Maria, o sacrifício da cruz Páscoa e ressurreição de Jesus, a igreja, os sacramentos veneração aos santos, devoções particulares, prática da caridade, amor ao próximo, leituras espirituais, alegria em servir a Deus, compadecimento com os males e sofrimentos alheios, fazer de tudo para aliviar a dor do próximo. É um outro bom samaritano que sem pietismo, mostra a importância do amor da caridade como pratica divina, realizadas na graça de Deus em favor do próximo.
    No A.T., a Piedade era praticada com reverencia, obediência ao Senhor, sobretudo na prática, observância da lei. No N.T. ganha contornos de vida, a partir da lei viva encarnada em Jesus, que com seu exemplo mostrou uma  de fé centralizada na trindade, Pai, filho, Espirito Santo. É Jesus, a própria Piedade, agindo no nosso meio. Jesus, mostra-se através do amor exercido redentoramente, fraternalmente vem ao encontro, acolhe perdoa, cura-nos de doenças, física e espirituais.
    A Piedade, gera no piedoso uma atitude de abandono, confiança, a ponto de se deixar conduzir por Deus, o mesmo passa por esta terra, marcando-a com um amor especial, mistico, santo, ao mesmo tempo simples, quase despercebido, muitas vezes ignorado, nem sempre valorizado, mas aceito por Deus que sonda o íntimo de cada um.
    A Piedade, não é simplesmente uma ajuda a quem necessita de algo, é resultante de como a fé foi abraçada, vivida, compreendida, é o sublime amor dispensado por Deus àquela que o busca. A mesma, não deve ser praticada de forma vaidosa - para o engrandecimento próprio, para aparecer diante das pessoas, para maquiar uma falsa espiritualidade - mas, como uma atitude de quem encontrou Jesus Cristo, e a ele sem reservas se entregou, é mesmo um mistério a ser meditado e praticado "Não pode haver dúvida de que é grande o mistério da piedade" (1Tm-3,16)., como grande é o amor misterioso de Jesus, que se oferece no santo sacrifício da cruz, a fim de que sejamos adotados por Deus, como verdadeiros ministros de piedade.
     Como ministério, a piedade deve ser exercida na prática cotidiana cristã, católica pela fé, na fé com fé e amor ao próximo, acompanhada de oração, culto de louvor, ação de graças à Deus o supremo criador, como devoção a nossa senhora. A piedade é um dos títulos marianos, que enriquece a devoção católica, em sua representação simbólica isto é, a imagem, a virgem maria recebe seu filho desfalecido, descido da cruz toma-o em seus braços, com um semblante de dor, choro, sofrimento, a imagem retrata a própria dor da humanidade, a virgem da piedade, ao acolher seu filho, também nos acolhe, os gestos de piedade entre tantos são também:
  • Reza do Santo Terço e Rosário.
  • Veneração aos Santos.
  • Decência no vestir-se.
  • Uma sincera e reta intenção.
  • Devoção à Virgem Maria.
 O  que é realizado com devoção, produz intencionalmente o que é bom e saudável,  assim  testemunhar o Cristo que vive naquele que pratica a piedade. Porém, a piedade deve ser realizada com muito cuidado, para não ocupar o lugar do culto à Deus - a Santa Missa - , mas ao ser praticada deve ser cheia de objetivos cristãos, que proporcionará saúde ao espírito, "Isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador"(2Tm-2,3), é uma ação serena que vem tranquilizar a pobreza humana, ao mesmo tempo conceder sabedoria. Para afastar, os filhos e filhas de Deus da impiedade, fujamos de tudo o que é mal "Como homens de Deus, foge dessas coisas. Segue a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência e mansidão", (1Tm-6, 11).
     A Piedade nos ajuda a fortalecer a fé: edificar a igreja com fervor, devoção, abrindo-nos completamente a ação de Deus que quer divinizar-nos, também santificar-nos, somos convidados a observar nossas atitudes, nossa forma de relacionarmos com toda obra criada por Deus.
     Peçamos à Nossa Senhora da Piedade, que nos ajude a praticar a piedade como uma virtude cristã, deixar que seja edificado em nós,  homens, mulheres a piedade por graça de Deus.

Pe Antonio Gouveia

sábado, 10 de agosto de 2013

OS EMPREGADOS DO SENHOR

        Na 1ª. leitura do 19º. domingo do T.C. ano C, Deus nos fala da noite da libertação e do fim  da escravidão. É a páscoa, momento inesquecível da história povo de Deus, relembra como sinal de seu juramento oferecido ainda à nossos pais que acreditaram. Esperado por muitos, é a própria salvação que chega até nós, o santo acordo divino que nos livra da escravidão. No qual nós podemos participar, porque servimos, confiamos em um Deus que é solidário, pois ele nos socorre, nos da sua luz, nos faz passar, atravessar, os perigos para viver a páscoa, grande bem em favor dos que confiam e esperam no senhor.
     O salmo de nº. 32, nos descreve no seu refrão "Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!", este povo, é formado por todas as pessoas que se aproxima do amor que é Deus, ama, busca continuamente este Deus, que nos confia os seus bens, por isso, somos destinatários  da justiça que desce dos  céus, abraçada por todos os homens e mulheres de boa vontade, esses formam o povo querido por Deus, povo que confia, espera, no amor e desejam serem alimentados nos tempos de sofrimentos, penúria. Com esperança, coragem, ao mesmo tempo temendo a Deus, "Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem e que confiam esperando em seu amor", serão libertos da morte, pois esperam no Senhor com confiança, ele é o auxílio que necessitamos. No Senhor nós esperamos confiantes, porque ele é nosso auxilio e proteção.
        Na 2ª. leitura, São Paulo aos Hebreus diz que a fé é uma grandeza "A força mais potente do universo! é a fé(M Tereza c.) com a força da fé, já possuímos a promessa da salvação. A mesma vem por meio da obediência às coisas de Deus. São Paulo fala da história, cita Abraão como aquele que obedeceu, residindo em lugares estrangeiros, vivendo em tendas com Isaac e Jacó, as tendas nos remete a brevidade de nossa vida.  A fé de Sara que já em idade avançada recebe um filho Isaac, sinônimo de descendência de um povo, hoje é a comunidade que vai sempre buscar, caminhar, esperar no Senhor. Sara é Abraão morreram na fé, seres celeste peregrinos na terra assim somos nos, em busca da pátria celeste o céu.
    No evangelho de Lucas, as parábolas que o mesmo descreve, mostra-nos um Jesus que encoraja os seus discípulos, também a nós nos dias atuais para que não tenhamos medo. Mesmo sendo um pequeno grupo de discípulos, é a eles confiado o anuncio e concretização do Reino de Deus - à todos nós é confiado também esse reino - os encoraja, os confia a missão, fala do desapego, pois só assim o Reino encontra lugar dentro de nós, pede que façamos bolsas que não se estraguem, a bolsa é a nossa alma . Como nós a estamos fazendo? no egoismo, tristeza, falta de amor, fé, caridade?. Fala da esmola, que deve ser oferecida como sinal de desprendimento, nos alerta acerca de um tesouro, que deve ser construído no céu,o nosso interior com as boas ações feitas na terra, pois lá, ele não é destruído, nem o ladrão, a traça, podem acomete-los. 
     O tesouro proposto por Jesus, é aquele que o nosso coração pode agregar, é eterna vigilância, resultante da luz que salta da palavra de Deus, dando sentido a vida, despertando o cuidado para com o próximo, provocando ânsia de uma feliz espera, onde o ser humano como lampada viva, ardente, aguardam o Senhor para o grande banquete, celebrado a cada missa, e no céu o convívio com Deus, Jesus, a Virgem Maria, os santos e os anjos. Lucas cita o empregado desperto, que não é atormentado pelo sono, que pode ser compreendido, como as ilusões, os enganos que fecham os nossos olhos, ensurdece nossos ouvidos, cala a nossa vós,  endurece o nosso coração, o verdadeiro pesadelo,  acordados despertamo-nos para a espera do esposo da humanidade, Jesus. Sendo igreja, povo que busca a libertação, no despertar, confia no Senhor, vivem de fé na fé, buscando o enlace matrimonial, que nos garante a dignidade de filhos, filhas, gerados no amor, que é o Cristo.           
    Não sabemos quando vai chegar o dono da casa, usemos a constância, a esperança, para não sermos como aquele empregado, relatado na parábola, que relaxando na sua espera, ocupa o lugar do patrão, espanca os criados, se embriaga, come, bebe, este, será pego de surpresa, será destruído, condenado ao destino dos infiéis. Há um outro modelo de empregado, este, deve ser abraçado por todos, é aquele acordado, á espera do seu Senhor. Este será servido pelo senhor, receberá a administração, porém muito lhe será pedido, do todo que lhe foi confiado, muito lhe será exigido.
         Somos nós, os batizados que recebemos os tesouros da fé, a igreja, os santos sacramentos, que infundem em nós, a graça da participação no mistério de Deus, a grandeza que repousa na Santa Eucaristia, o Cristo, com toda sua totalidade: corpo, sangue, alma, divindade. A maternidade  e filiação divina, que se estende à todos. Administramo-las com fidelidade, prudencia, fé, a nossa vida, tudo aquilo que Deus depositou em nossas mãos.
     Na misericórdia de Deus, somos acolhidos como filhos, filhas, auxiliados com a contínua ação de Deus presente, atuante no nosso meio, quebrando a divisão, impedindo a discórdia, convidando-nos a contínua reconciliação. Espírito Santo com todos os seus dons, movendo os corações para que procuremos a fraternidade, fazendo com que os adversários retornem de mãos dadas para a amizade, reencontrem a paz. Vençamos os conflitos, o ódio seja superado, com estas atitudes se constrói aquele tesouro que a traça não destrói e o ladrão não rouba. Uma vez que nos colocamos no santo serviço do Senhor, empregando toda a nossa vida, para a prática do amor da caridade, celebrando diuturnamente a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, pois nele se forma um povo novo, os ressuscitados, unindo-nos aos santos, os anjos a Virgem Maria, São José. Experimentamos a páscoa eterna, fundamento da nossa fé, assim iluminamos este mundo, com a ética da vida, amor, solidariedade, é necessário ficarmos acordados - analogia para uma vida espiritual - para que possamos identificar os falsos tesouros e a eles evitá-los.

Pe Antonio Gouveia

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

SOFRIMENTO

      O sofrimento é um caos que acompanha o ser humano desde o nascimento, passando pela vida até a morte, esta experiência acontece no corpo e também na alma. O mesmo não deve ser ignorado nem deve ser compreendido como simples condição do nosso existir ou castigo, somos portanto convidados a ver no sofrimento, muito mais. "Os golpes e os sofrimentos eliminam o mal, os açoites limpam a  profundeza do ser" (prov. 20-30).
    Muito se tem feito para aplacar o sofrimento, suas consequências, isso é algo muito bom, mas o mesmo persiste e nos envolve em agustias, tristezas, dores, desesperos, aflições de toda natureza. Já que esta condição acompanha a vida do ser humano, busquemos nesses momentos, uma oportunidade para a nossa purificação,  sempre na esperança de dias melhores, "O choro pode durar  uma noite inteira, mas a alegria vem ao amanhecer", (Sl-30, 5), sejamos confiantes ainda que com lágrimas, sempre na ânsia e espera de um novo dia.
  O sofrimento mortifica o corpo, através dele Deus fala conosco. Porém devemos olhar para esta realidade com os olhos da fé. A mesma é um dom sobrenatural que nos ajuda a conviver com a dor. Façamos destes momentos, uma experiência de busca, abandono em Deus algo edificante, somos convidados a enfrentar, vivermos o sofrimento não como masoquistas, aquele que sofre por prazer. Fazer dos tormentos, dificuldade uma oferta à Deus, que na sua infinita misericórdia ofereceu à todos, o sofrimento, morte,  ressurreição de Jesus. Assim como o sofrimento de Jesus é oblação para a nossa salvação, o nosso sofrimento também deve ser caminho para a santidade pessoal, testemunho de fé purificação, meio de união com Cristo. Compreendamos o sofrimento como uma oportunidade que nos leva buscarmos o socorro em Deus, nosso salvador e redentor.
        As virtudes: fé, esperança e caridade, nos dão forças, pois devemos revestidos de fé, buscarmos coragem para superarmos as dores, enfrentarmos os tormentos, tudo aquilo proveniente do sofrimento. Com a esperança somos convidados a não desanimarmos, é nela que damos sentidos às nossas dificuldades, pois olhando  para o sofrimento de Cristo acolhido por Deus em favor dos seres humanos, o nosso sofrimento é lição de vida e alerta para a nossa passagem neste mundo. Revestir o sofrimento de caridade é aproveita-lo, não para a nossa revolta, mas sim, para a nossa transformação em pessoas melhores "Algumas pessoas só aprendem por meio da dor" (Aristóteles).
         Muitos foram os Santos que se uniram à Deus através da dor, da mortificação, penitência encorajados pela palavra de Jesus, ofertaram seus piores momentos, na obediência de carregar a cruz do dia-a-dia "Aquele que quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me" (Mt-16, 24).
        É a cruz como um livro para nos educar. Aprendamos com ela, que a dor é uma realidade que nos confronta com a auto-satisfação, fonte de todos os desejos. Muitas vezes o ser humano recorre à dor ao sofrimento, além da que já existe como condição humana, de forma egoísta para se destacar diante dos outros. Por exemplo: 
  • uma sessão de tatuagem, quanta dor provoca na pele.
  • o desconforto de uma mulher que fica o dia inteiro em cima de um salto alto apertando os dedos para se equilibrar; depilação a base de cera quente. 
  • roupas apertadas a ponto de deixar marcas no corpo. 
  • os famigerados percingis no nariz, lábios, línguas, sobrancelhas, umbigo, partes íntimas.
  • longas horas de sessões de academias e musculação. 
  • aqueles que fazem uso de anabolizantes só para terem o famoso corpo trabalhado ... 
       Estes e outros são os sofrimentos desejados, vividos para a própria satisfação, para dominar os outros, ninguém condena, pelo contrário, é aplaudido destacado na mídia. Já o sofrimento revestido de mistica, fé, penitência, oferecido para a própria edificação espiritual, como:
  • o santo jejum; dor profunda pelo o pecado cometido.
  • longas horas de joelhos em adoração à Jesus eucarístico. 
  • momentos duradouros de oração e contemplação. 
  • a meditação do santo terço,  santo rosário. 
  • uma vida de silencio e simplicidade.
  • oferecimento da dor como remissão dos próprios pecados... suportar uma humilhação.
            Estes sofrimentos são chamados de idiotice, carolismo, dominação religiosa... Cabe aqui olhar a idade média, que segundo algumas opiniões maltratavam o corpo para engrandecer a alma, isso é visto hoje como negativo. Nos dias atuais o corpo é maltratado simplesmente pelo prazer, aqui é aceito  aplaudido. a alma é desprezada.
         Ofereçamos à Deus o nosso sofrimento como oferta de amor  confiança, assim como a Virgem Maria ao enfrentar as suas dores, tal atitude fez com que a mesma seja venerada como a Senhora das Dores. Vejamos nesses momentos de solavanco, provação, uma chamada  para despertar a alma, crescimento da própria fé. "O sofrimento é o maior remédio para acordar o espírito" (Emílio Zola).
        São Paulo nos diz que o sofrimento tem um grande valor, "Tenho para mim que o sofrimento da vida presente não tem comparação alguma com a glória futura, que se manifestará em nós"  (Rm-8,18)
       De três modos se pode sofrer:"estando inocente como Nosso Senhor Jesus Cristo; estando culpado, como aquele "bom ladrão" pregado ao lado de Jesus; e na penitência que é o carregar a cruz para o perdão dos pecados cometidos, e pelos pecados do próximo, este é o meio mais seguro de se chegar à glória do céu," (Mg.Germano) atacados pelo demônio disfarçado de insegurança, que nos faz vacilar, e buscarmos o comodismo, como aquele rico que teve uma grande colheita só queria aproveitar a vida, comer, dormir, descansar, mal sabia ele que sua vida seria tomada. buscando em Deus a coragem para suportar tudo e em tudo darmos graças a Deus, que em Jesus nos aceita de bom grado, reconhecemos que o sofrimento tem o seu valor, o mesmo deve ser acolhido. com paciência, oração, oferecido a Deus como sinal de nossa humildade.


Pe. Antonio Gouveia

sábado, 3 de agosto de 2013

VAI IDADE, VAI, VAI VAIDADE ! ! !

     A vaidade traz insegurança, enganos ao coração, transforma a vida em sofrimento e tormento. A 1ª leitura do 18º. domingo do TC. ano C, apresenta a palavra vaidade e seus efeitos na vida das pessoas, com a intenção de alertar o ser humano sobre a sua breve passagem neste mundo.
"Vaidade das vaidades, tudo é vaidade", o sentido da palavra, tem a ver com tudo o que é passageiro, vã, vazio absoluto, que engole o ser humano. "A vaidade não é grandeza, é inchaço, e o que está inchado, não é sadio" (S. Agostinho) portanto, a vaidade é uma doença na vida das pessoas, uma ferida que as atormenta. Achando que através dela pode ser reconhecido, aplaudido, a mesma torna a sua vida sem sentido, caindo em frustração.
       Só em Deus, a vaidade pode ser vencida. Quando abrimos em nós um espaço para Deus, ele nos aceita, somos acolhidos pela divina providencia. O bom pai, nosso Senhor, nos edifica, nos mostra a sua misericórdia, nos ensina o amor, nos da o saber para que seja aplacada a vaidade, "Há pessoas que desejam saber só para saber; isso é curiosidade; outras para alcançarem a fama; isso é vaidade; outras para enriquecerem com a ciência, isso é um negocio torpe; outras para serem edificadas; isso é prudencia; outras para edificarem os outros; isso é caridade"(S.Agostinho). Deus o nosso refugio, só ele pode nos livrar de sermos corrompidos pela a vaidade, "Fostes vós ó Senhor um refúgio para nós", o refrão do salmo nos relembra que depois de tantas preocupações, frustrações, desgastes, abandono, Deus é o único refúgio, o porto seguro que nos abriga.
        Para superar o vazio absoluto provocado por uma vida de vaidades, São Paulo diz, que os ressuscitados com Cristo, devem buscar as coisas do alto, aspirá-las, pois a vida verdadeira está escondida no Cristo, se mostra ao ser humano na caridade, no perdão, na fé na Igreja, que nos socorre com a santa palavra, com os sacramentos, com próprio Jesus.
     São Paulo, pede que deixemos morrer em nós, o que pertence a terra, como vaidade por exemplo. Pede que sejamos revestidos no Cristo, convida a nos despir da roupagem do ser humano terreno, que é a impureza, imoralidade, maus desejos, cobiça... uma vez revestidos no Cristo, aspiremos as realidades celestes, só assim seremos um em Cristo, "Todos somos um, porque o pai esta em Cristo e Cristo esta em nos"(S.Hilario), não haverá mais distinção, pois seremos renovados, restaurados no amor de Cristo, que por todos se deu na santa cruz, aplacando a culpa impregnada no ser humano por causa do egoismo, vaidade...
      O evangelista Lucas, coloca Jesus diante de dois irmãos que brigam por uma herança, para destacar a vaidade entre as pessoas, pois muitos se acham merecedores de algo. Os irmãos, cegos, presos às coisas terrenas, não percebiam que nada lhes pertence, tudo é de Deus, Senhor  Criador, que tudo restaura em seu poder, em sua bondade, assim nos reza a oração da coleta da missa de hoje"Manifestai ó Deus, a vossa inesgotável bondade, para com os vossos filhos e filhas, que vos imploram, e se gloriam de vos ter como criador e guia, restaurando para eles a vossa criação, e conservando-a renovada" (Missal pg-362), no mínimo podemos usar os bens, conservando-os sem nos apossarmos,  não possuímos nada, tudo é de Deus, que gratuitamente nos dá a graça de usufruirmos até onde a sua santa vontade permitir, Jesus os responde,  "Homens quem me encarregou de julgar ou dividir vossos bens?", desta forma, Jesus é o único que está acima de todas as vaidades, causa de sofrimento, disputa entre os seres humanos. Se tem algo a nos dar em  herança,  é a vida eterna.
     O homem rico narrado por Lucas, é a vaidade, que enlouquece a muitos,  pois o mesmo foi incapaz de intuir que Deus é o único que pode abençoar a terra, tudo e todos, propiciando uma boa sementeira. Sua grande colheita, vista sem a ação de Deus, é o materialismo, o egoismo, individualismo, que mina, seca a alma dos que depositam confiança nos bens passageiros, nas coisas deste mundo.
      Quando decide derrubar os celeiros, para construir outros bem maiores para guardar sua colheita, o mesmo se reveste de auto-suficiência, abandona Deus, descarta a fé, a igreja, daí surge a vaidade, falando sozinho diz a si mesmo,  "Meu caro, tu tens uma boa reserva, para muitos anos, descansa, come, bebe, aproveita"é o homem terrestre falando, já sem vida espiritual, um louco atormentado pelos os prazeres da matéria, querendo expurgar de si próprio o dom divino, a natureza espiritual."Expulsa a natureza e ela te voltará correndo" (Horácio),  seus planos são frustados, pois sua vida será tomada, morrerá.  Para quem ficará os bens? "Os seres humanos são dotados de uma natureza tal qual não deveriam apenas, possuir bens materiais, mas deveriam também possuir o sustento espiritual, sem o sustento espiritual torna-se difícil adquirir e manter a paz de espírito",  (Dalai lama),  fica claro que a vaidade afasta o homens de Deus, separa as pessoas, quebra as relações que devem ser fraternas. Jesus é o único tesouro que devemos possuir, com ele seremos ricos diante de Deus, é a unica herança que de fato devemos adquirir, assim como a santa Virgem Maria teve a graça de ter Jesus plenamente, busquemos nela com confiança e fé, toda a força para em Jesus sermos herdeiros do reino dos céus. No justo são José e com sua interseção, façamos de nossos corações grandes celeiros do amor à Deus, em favor do próximo. 
     Se a vaidade é algo inevitável na vida, sejamos portanto vaidosos, pela força de amar o próximo, perdoar, servir a igreja na caridade, sobretudo,  imitar a Cristo nosso redentor.

Pe. Antonio Gouveia