sábado, 31 de maio de 2014

A VIDA É PARA O ALTO

        A igreja adora e louva a Deus na festa da ascensão do Senhor Jesus, de forma alegre e fervorosa, reúne o povo para recordar e reafirmar que a nossa vitória se cumpre em Cristo Jesus, que subindo aos céus eleva também a nossa condição. Em ação de graças celebramos a nossa participação como membros do corpo de Cristo o Senhor, que é a igreja, Cristo é o vencedor, nele e com ele somos chamados a participar de sua glória, nos edificar na esperança para sempre buscarmos as coisas do alto "Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto, onde está Cristo assentado a direita de Deus" (Cl-3,1).
        Para contemplarmos o mistério da ascensão de Jesus, fato que se deu no monte das oliveiras, entre Betânia e Jerusalém; quarenta dias após a sua santa ressurreição, devemos recorrer a fé, uma virtude que o próprio Deus concede aos seus, Jesus reconhece a grandeza dos que tem fé, agradece à Deus por este dom sobrenatural concedido aos simples, "Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra porque escondestes estas coisas dos sábios e entendidos e revelastes aos pequeninos" (Mt-11.25) Cristo aparecendo aos seus discípulos deu provas numerosas, de seu poder,instruindo-os, pede que permaneçam em Jerusalém e esperem o cumprimento das promessas do Pai, que deseja e quer conduzir a nossa vida para o alto.
      Assim também caríssimos irmãos e irmãs, permaneçamos féis, firmes na fé que recebemos dos apóstolos, pois eles a receberam do Cristo por ordem do Pai, a mesma foi e continua sendo entregue através da igreja una, santa, católica apostólica à todos os batizados, e tem como princípio a missão, não devemos ficar parados olhando para o céu como fizeram os discípulos diante do Cristo, mas sim nos lançarmos na obra da evangelização. Cristo voltará da mesma forma que foi ao céu, ou seja glorioso; na noite santa de seu nascimento os anjos alegres cantavam no céu  "glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade". Ele retorna para o Pai assistidos pelos anjos em um cortejo celeste, depois de ter realizado a obra da redenção, deixa com os seus a missão de edificarem a igreja, que é o seu corpo, da qual ele é a cabeça, todos nos os membros.
       A ascensão de Jesus marca o começo da igreja, e ao mesmo tempo o fim de sua presença física na terra. Como também o começo de seu governo glorioso e poderoso ao lado de Deus "Foi recebido no céu e Está sentado a direita de Deus" (Mc-16,19). Vocês serão as minhas testemunhas em Jerusalém, Judeia e Samaria e até aos confins da terra. Hoje testemunhamos o grandeza de Deus que permite a seu filho Jesus o pão da vida, nos alimentar, esse milagre  que é a eucaristia, uma forma que o Cristo encontrou para estar sempre presente no nosso meio como o mesmo prometera "não vos deixarei órfãos" (Jo-14,11) ele também se faz presente na sua santa palavra proclamada , vivida.
        O salmo 46 canta esse acontecimento "Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta". São Paulo na segunda leitura diz que o Deus de Cristo é o possuidor de toda glória. Ele da o Espírito de sabedoria, pelo o qual se conhece a verdade. É o Deus da esperança que abre o nosso coração para a luz, nos chama para participarmos da riqueza de sua glória. Nos da a herança dos seus santos. Sua força, seu poder se revelou a todos por ocasião de sua vinda a este mundo através de sua ação miraculosa em favor dos pecadores, ele que ressurgiu dos mortos e está sentado à direita do pai, com toda autoridade, poder e potência, ele está acima de tudo, tudo está sob os seus pés, ele é a cabeça da Igreja, que é também o seu corpo, ele é a plenitude daquele que possui toda plenitude universal, tem toda autoridade no céu e sobre a terra, todos os povos serão batizados em nome do Pai do filho e do Espírito Santo, e serão os seus discípulos.

Pe. Antonio Gouveia

quinta-feira, 29 de maio de 2014

JESUS NOME DE PODER

        A palavra de Deus é o testemunho puro e autêntico de seu amor que vivamente foi e está sendo direcionado a toda sua obra, suas criaturas, seus filhos e filhas. Através de Jesus o filho de Deus, nos chegou de forma clara, o verbo de Deus, nele vida em plenitude e abundancia, pois o seu nome tem poder. "Por isso Deus o exaltou a mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao seu nome, se dobre todo o joelho, no céu, na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a gloria de Deus Pai" (Fil.-2,9-11). O coração do pai, no nome do filho se abre para nos acolher e salvar-nos, enriquecer a nossa pobreza, engrandecer nossa pequenez, alegrar a nossa tristeza, curar nossas dores, sarar nossas feridas. Portanto, creia, o nome de Jesus tem poder.
         Da palavra de Deus, é que vem o restauro a vida ao mundo. No verbo divino, a alma e todas as realidades humana e espiritual são preenchidas de vida e santidade. Só nesta ação restauradora e santificadora do nosso adorado Deus é que são quebradas todas as resistências. O mal é destruído, as trevas são consumidas na luz esplendorosa, gloriosa que vem de Deus, passa por Jesus o sol da justiça, que a tudo e todos aquece com o seu calor e aconchegante amor, tranquilizando a alma, confortando os corações dilacerados ,afugentado as trevas. Tudo em nome de Jesus, o santo de Deus é restaurado, renovado, "Todo aquele que está em Cristo, é uma nova criatura. Passou o que era velho, eis que faço nova todas as coisas" (2Cor-5,17) quando o homem,  a mulher, a criança, o jovem o idoso, clama no nome forte e poderoso de Jesus, encontrará socorro, segurança, abrigo e proteção. 
      A presença de Jesus no mundo é uma realidade desde sempre, "Jesus é o mesmo ontem hoje e eternamente" (Hb.-13,8) mas na plenitude dos tempos Deus nos mandou o seu filho nascido de uma mulher "Quando, porém, chegou a plenitude do tempo, enviou Deus o seu filho nascido de uma mulher"( Gal.-4,4) toda cheia de graça, "Ave cheia de graça o Senhor é contigo" (Lc.-1,28) gerando em seu corpo santo, puro e virginal, aquele que governará tudo e todos no poder de Deus, "Eis que conceberás e darás luz á um filho é lhe porás o nome de Jesus" (Lc.-1,31) o nome de JESUS, veio do céu e foi pronunciado pela boca do embaixador de Deus, o anjo Gabriel. Portanto não desanime, reze, ore, clame, chame, peça no nome de Jesus e tudo lhe será acrescentado por misericórdia do Deus Pai que nos escuta através de seu bendito e amado filho Jesus o nosso mediador entre as realidades do céu e da terra.

Louvado seja o nome de Jesus por todos os séculos, amem!

Pe. antônio gouveia
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sábado, 24 de maio de 2014

MANSIDÃO E ESPERANÇA

        O tempo pascal nos conduz através do Cristo ressuscitado a recordamos os feitos de Deus, sua gratuidade em favor de todos e de tudo, sua bondade que nos criou, sua misericórdia que nos resgatou da morte eterna, "o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor" (Rm 6:23) com o ressuscitado venceremos a discórdia, o egoismo, assim vivamos e busquemos com mansidão e esperança, a conversão, a bondade, para edificarmos a comunidade na fé, na esperança, na caridade, uma comunidade teologal e teologante com o Espírito de verdade, ativa no Espírito e na caridade, observante, praticante, acolhedora dos mandamentos de Jesus.
      O relato da primeira leitura do sexto domingo da páscoa, descreve o povo da região da Samaria recebendo a pregação, pois os cristãos estavam espalhados por causa da perseguição e do perigoso perseguidor. Saulo que com a graça de Deus mais tarde vai converter-se. Felipe anunciava-lhes a palavra indo ao encontro, muitos eram curados de possessões e paralisias. A palavra de Deus ao ser proclamada age de forma sobrenatural na alma e no coração, que está atribulado. O agir do Espírito Santo restaura-nos, regenera-nos, curando-nos, ontem hoje e sempre. Através de Pedro e João muitos na Samaria receberam o Espírito Santo. Nos dias atuais a igreja una, santa, católica nos concede através do batismo o Espírito Santo. Com alegria da fé, a igreja louva celebra. vive, se mantem no poder de Deus. Assim como sugere o salmo 65 "aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira! Cantai  salmos a seu nome glorioso!" em louvor às grandes obras de Deus, seus prodígios estupendos ,que tudo domina, com o seu poder, nos escuta aceitando a nossa oração e não rejeita o nosso clamor, todos louvemos a Deus! bendito seja o Senhor agora e para sempre
            Pedro na segunda leitura, pede que no Cristo santifiquemos o nosso coração, vivamos com esperança, mansidão e respeito, com consciência dos valores de nossa fé para superarmos toda a difamação, caso sejamos ultrajados, por causa da causa de Cristo, os difamadores é que ficarão envergonhados, diante do zelo, testemunho e coragem, razão, disposição de vivermos praticando os mandamentos de Senhor, sua palavra. "Tornai-vos pois praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos" (Tg-1,22) pois em Cristo verbo de Deus nos santifica, nos faz vivos eternos, nele receberemos vida nova no Espírito. 
        No evangelho, João apresenta Jesus dirigindo-se aos discípulos em forma de despedida  "eu não os deixarei órfãos" ao mesmo tempo encorajando-os, pede-lhes que o ame, guarde os seus mandamentos, como por exemplo, amar a Deus acima de todas as coisas, vale também para os dias de hoje, não nos deixemos enganar pelas ilusões do mundo, as coisas passageiras, só Deus é. E amar o próximo como a si mesmo, rompamos com todo o vínculo de animosidade, vivamos o perdão, permaneçamos na esperança, pois não seremos decepcionados. Jesus rogara, pedira ao Pai para que venha outro defensor, o Espírito da verdade que o mundo não pode receber porque não o vê e não o conhece, pois vive mergulhado no pecado e na morte, é necessário nascer de novo do alto, para terem acesso a tão grande graça. Cabe ao discípulos essa grande graça, pois o Espírito já habita neles, amam o Cristo, eles foram renascidos, observam os mandamentos, são amados por Deus.
          São os discípulos exemplos de fé e seguimento do Cristo ressuscitado. Todo povo de Deus encontre no exemplo dos santos e santas, apóstolos e profetas, testemunho para caminharmos seguindo o Cristo rumo à santidade e a missão, como fizeram Filipe, Pedro e João, em terras de Samaria. Buscando vida nova no Espirito Santo, aguardemos o Cristo vivo, que esta no Pai e se ma -nifestará aos seus.

Pe. Antonio Gouveia

domingo, 18 de maio de 2014

PEDRA VIVAS, POVO SANTO

                O quinto domingo da páscoa reza na oração da coleta, que a bondade de Deus nos redime e nos adota como seus filhos e filhas, nos levando a liberdade verdadeira e a herança eterna. A igreja portadora da liberdade, da herança apostólica louva e celebra o surgimento das comunidades edificadas no Espirito Santo empenhados na pregação na oração e caridade. Sete homens de boa fama e de sabedoria são escolhidos para o serviço da Diaconia, que nada mais é do que socorrer os necessitados que esperam em Deus, pois a origem da igreja é servir, nisto reside o seu poder. "Sobre nós venha Senhor a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos" (Sl 32). Graça esperança e serviço são realidades fundantes da igreja na época dos apóstolos e também dos dias atuais.
                A retidão da palavra do Senhor, brota como fonte de água viva pela boca dos apóstolos, conduzindo todos para a prática do direito e da justiça. Só com a prática desses dois conceitos, serão destruídas as realidades de fome e penúria, desta forma a igreja é edificada. Pois cada Cristão mergulhado no sangue de Jesus pelo batismo, são pedras vivas na construção do edifício espiritual, que inseridos no sacerdócio do Cristo que foi rejeitado pelos construtores, compreende-se o sistema antigo judaizante que recusou a Cristo, hoje pedra viva que edifica a humanidade, nele podemos confiar, é o alicerce para uma nova sociedade.
              São João no evangelho (Jo-14, 1-12),  encoraja os discípulos pedindo-lhes "não se perturbe o vosso coração, tende fé em Deus, tende fé em mim também", tomemos para nós este conselho, o coração da humanidade pulsa perturbado, busquemos o ritmo suave da fé que jorra de Deus, e através de Jesus fonte da vida, vem até os seus que são os convidados para habitarem em um lugar preparado por Jesus a casa do Pai, Jesus nos quer junto dele por isso ele se dá a conhecer revelando-se aos seus discípulos como caminho, verdade e vida, o rosto vivo do Pai-Criador que verbaliza ao mundo a palavra eterna de Deus, nele podemos construir um mundo de fé e justiça.
          A igreja povo de Deus, edificada no Cristo, em contínua missão reúne para a missão, no amor na verdade e na vida, a fim de caminharmos na esperança na caridade, amparados na oração, alimentados na palavra eterna do Pai-Criador, animando e fortalecendo o nosso coração, clareando os nossos caminhos para construirmos a pátria celeste ainda neste mundo. O pão que nos une em comunhão na mesa do altar, onde se atualiza o sacrifício amoroso de Jesus em favor de todos, semeia beneficamente a esperança para que possamos caminhar amparados nas promessas do Cristo, que nos quer sempre junto de si, pois ele nos escolheu como nação santa, "mas vós sois a raça escolhida, o sacerdócio do reino, a nação santa, povo que ele conquistou" (1Pd-2, 9) nele fomos conquistados e devemos proclamar em alto e bom som que Deus em Jesus Cristo nos chamou das trevas para sua luz maravilhosa, assim podemos edificar a obra do Pai.

Pe. Antonio Gouveia

sábado, 10 de maio de 2014

PASTOR E GUIA

       A missa do quarto domingo da páscoa, traz na oração da coleta um pedido em favor da humanidade "Ó Deus, eterno e Todo- Poderoso, conduzi-nos à comunhão das alegrias celeste, para que o rebanho possa atingir, apesar da fraqueza, a fortalece do Pastor."(Mr pg-307) no agir dos apóstolos revestidos do Espírito Santo, no trabalho pastoral da igreja que realizamos no exemplo de Jesus o bom pastor, Deus nos concede, dons e graças. Orientados na  sua santa palavra, agiremos, para fortalecer o rebanho que marcha para a comunhão das alegrias celestes.
         Na primeira leitura (At-2,14-36), Pedro fala para a multidão, que o Cristo, que foi crucificado, é constituído por Deus como Senhor. Todo povo de Israel, e nos dias atuais o mundo todo precisa conhecer e aceitar essa verdade.  Tão contundente é a pregação de Pedro que o povo pergunta: o que devemos fazer?, a resposta é: converter-se, ser batizado no nome de Jesus para receber o perdão dos pecados, e o dom do Espírito Santo. A proposta de Pedro é acolhida. Mais de três mil pessoas receberam o batismo. É o que faz a igreja nos dias atuais, prega, batiza, forma comunidade e celebra a ação bondosa de Deus que nos redime, nos adota em Jesus, nele somos guiados para a liberdade, nos tornamos construtores de um mundo novo e herdeiros da eternidade.
         O salmo 22, resgata a imagem do bom pastor, que é Deus, e do rebanho, que é o povo. O pastor, na simplicidade do seu serviço diário e cuidadoso conduz suas ovelhas com segurança, para pastagens verdejantes, águas repousantes, restaurando suas forças, elas nada temerão, pois estão juntas do pastor. Essa imagem pastoril é semelhante a prática de Jesus o bom pastor, que conduz os seus com segurança na verdadeira fé que liberta e salva, até chegarmos todos à casa do Senhor onde habitaremos por tempos infinitos. Os batizados são os seguidores e seguidoras de Jesus, o eterno pastor  é o mesmo de ontem, de hoje e de amanhã "Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre" (Hb-13,8), a eternidade de seu agir nos conduz na fé, esperança, caridade, nele com ele percorramos felizes e alegres as estradas da vida, sem nos deixar abater pelo desanimo, e o cansaço.
      Na segunda leitura, Pedro destaca a virtude da paciência diante do sofrimento. Apresentando Cristo como aquele que sofreu e se tornou agradável á Deus, não só pelo sofrimento, mas por permanecer obediente nos momentos mais exigente de seu sim ao plano da salvação. Sigamos os passos de Jesus, ele não mentiu, não injuriou-se, foi ameaçado e não ameaçou, mas confiou no Senhor e tudo colocou em suas mãos, modelo perfeito da mística cristã, sinal de profunda confiança no poder de Deus. Sobre a cruz carregou nosso pecados. Nas feridas do Cristo, sinal da paixão em seu corpo, fomos batizados, curados. No seu sofrimento e morte de cruz, recebemos a redenção, contemplamos, reconhecemos o Cristo caridoso que nos conduz, sofre para dar vida as ovelhas, "Eu vim para que todos tenha vida e a tenham em abundância" ou seja a humanidade, povo que lhe foi confiado por Deus. Ele não é um pastor mau que se aproveita das ovelhas, usufruindo de sua pele, seu leite, da carne, não é mercenário, não trabalha por dinheiro, não explora as ovelhas, símbolo do povo. 
        No evangelho, João diz que devemos entrar no rebanho das ovelhas pela porta, ou seja, através da igreja una, santa católica e apostólica, construída em Jesus, o único que para Deus nos conduz. João o evangelista do amor, quando fala do bom pastor, mostra ao mundo a ternura de Deus presente em Jesus para com o povo de Deus, povo eleito, que busca a vivencia da partilha e da comunhão através de uma atitude de inclusão, a fim de que o rebanho agregue a todos e todas.
     As ovelhas imagem que traduz para todos nós, o povo de missão, o pastoreio no mundo. É a partir desses modelos, pastor e ovelhas, que se estrutura o agir da igreja esposa do Cristo. Deus mesmo lhe dá bons pastores "Eu vos darei pastores segundo o meu coração", (Jr. 3,15) Assim no meio da humanidade, a igreja, obra salvífica do pai realiza sua eterna e histórica missão de anunciar a boa nova ao mundo, "O bom pastor, Cristo Jesus, (Jo. 10, 11.14), confiou aos Bispos, sucessores dos Apóstolos, e de modo especial ao Bispo de Roma, a missão de ensinar todas as nações e de pregar o Evangelho à toda a criatura, a fim de ser instituída a Igreja, Povo de Deus, e com este objetivo o múnus dos Pastores deste seu Povo fosse um verdadeiro serviço que na Sagrada Escritura se chama com muita propriedade "diaconia", isto é, ministério" (Lumen Gentium,24) ensinando e conduzindo todas as ovelhas à Jesus porta da salvação, os batizados, batizadas estão e são convocados, são vocacionados a ouvirem a voz do Senhor identificando-a como um chamado para a missão, recusando a voz dos estranhos e maus pastores, os lobos disfarçados de ovelhas, os ladrões e assaltantes.

Pe. Antonio Gouveia

domingo, 4 de maio de 2014

UMA VIAGEM, UM ENCONTRO, UMA REFEIÇÃO

           

      O tempo pascal traz renovação espiritual, neste clima de festa e novidades celebremos confiantes a vida em Deus, acolhamos a ressurreição, oferecida por Cristo a todos, "Por ele (Jesus) os filhos da luz nascem para a vida eterna; e as portas do reino dos céus se abrem para os fiéis redimidos. Nossa morte foi redimida pela sua e na sua ressurreição ressurgiu a vida para todos"
(Prf- pag-422). O terceiro, domingo da páscoa segue com um ritmo festivo do mistério eterno e vital da passagem e ação de Deus que caminha conosco meio as tristezas e alegrias. 
  A primeira leitura, (At2,14,33) apresenta Pedro falando para a multidão que Jesus foi provado por Deus, sendo entregue pelas mãos dos ímpios, foi pregado em uma cruz e assassinado, mas Deus o ressuscitou, a morte não o dominou, cita que o patriarca Davi morreu e foi sepultado, mas antes ele previu a ressurreição de Cristo dizendo "Ele não foi abandonado na região dos mortos e sua carne não conheceu a corrupção". Cristo ressuscitado é testemunhado por muitos, é exaltado por Deus e está a sua direita, o mesmo recebeu o Espírito Santo prometido do pai e o concede a todas as testemunhas.
   O salmo 15 destaca que o Senhor é a herança, o destino seguro, junto dele felicidade sem limites, quem o tem não vacila. Na segunda leitura (1Pd-17,21) Pedro destaca o valor do sangue de Jesus, associando-o ao cordeiro sem mancha, sem defeito, no sangue derramado acontece o resgate da nossa vida fútil. Não foi por meio de coisas perecíveis como o ouro e a prata, mas em Cristo a nossa esperança que se deu o nosso resgate. A igreja una, santa, católica, celebra esse mistério com todos os seus filhos "Transbordando de alegria pascal, nós nos unimos aos anjos e a todos os santos, para celebrar a vossa glória", obedecendo a este convite toda a igreja, povo de Deus alegra-se em assembleia cantando, Santo Santo Santo....
    No evangelho, (Lc. 24,43-35) Jesus é aquele que caminha com os seus, porém muitas das vezes como cegos não o percebemos. Foi o que aconteceu com os discípulos. Tres dias após a morte de Jesus, viajavam de Emaús para Jerusalém cujo nome é traduzido por cidade da paz, estavam inseguros, angustiados cheios de dúvidas, sentimentos causados pela morte de seu mestre Jesus. Ambos falavam, ao caminharem do que tinha acontecido com o Cristo, um profeta poderoso em obras e palavras, que foi condenado a morte pelos chefes e sumos sacerdotes. Diz o viajante chamado Cléofas, para Jesus que perguntara, que ides conversando pelo caminho? tu não sabes! é sobre Jesus, ele morreu e não libertou Israel, já faz tres dias que isso aconteceu, há alguns relatos de que ele está vivo, mas até agora ninguém o viu.
    Aos dois viajantes, simbolo de todos os caminhantes que buscam a Deus cumpre-se a boa nova "onde dois ou trés estiverem reunidos no meu nome eu estarei no meio deles" (Mt-18;20) na caminhada do dia-dia, e necessário estarmos juntos com Jesus unidos no seu nome, para desfrutarmos de sua força e presença. Não identificaram que o príncipe da paz estava ali do lado sendo amigo, irmão de caminhada. Jesus percebe neles pouca inteligencia, lentidão para as realidades da fé, olhos fechados, querendo acorda-los dessa letargia que os impediam de verem a verdade interroga-lhes Jesus "sera que o Cristo, não devia sofrer tudo isso pra entrar na sua glória?". Explica para eles as escrituras, citando Moisés e os profetas, falando de si próprio. Chegando no destino, Jesus passa à frente, os discípulos insiste para que o seu companheiro de viagem fique com eles, "fica conosco, Senhor pois já é tarde e a noite vem chegando" é uma profunda oração que todos devemos fazer, para que nas trevas da noite, nos nossos momentos difíceis seja Jesus a nossa luz, nossa segurança e doce companhia. Jesus acolhe o pedido senta-se a mesa toma o pão, abençoou-o partiu-o distribuindo-o.
    Não só o pão é partido, Neste gesto, somem as trevas que antes os impediam de verem o Cristo transcendente, onipotente e onisciente, dele recebem uma luz que abre-lhes, os olhos, reconhecendo o ressuscitado são imediatamente curados da tristeza, decepção. Porém Jesus desaparece da frente deles. O testemunho foi dada e recebido a experiência de fé se torna solida na vida dos dois, felizes comentam comentam entre si "não ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo o caminho, e nos explicava as escrituras" partem para Jerusalém, ao encontro dos outros discípulos, lá contam afirmando que reconheceram Jesus ao partir o pão. Os outros discípulos confirmam "realmente o Senhor ressuscitou, e apareceu a Simão".
   O caminho da ressurreição é um trajeto pessoal, espiritual, que conduz ao testemunho puro e autentico da ressurreição e do ressuscitado, da partilha, da vida e do pão, da escuta e prática da palavra de Deus. Neste caminhar vamos nos deixar arder nas palavras de Jesus, sentemos a mesa com ele e recebamos a pão que ele nos dará, imagem perfeita do milagre da eucaristia, é a propria missa. Uma viagem, um encontro, uma refeição, tres eventos transformadores na vida de quem caminha, se encontra e come com Jesus.


Pe. Gouveia

sexta-feira, 2 de maio de 2014

HUMILDADE TERRA ONDE É LANÇADA A SEMENTE

        O humano é um ser em constantes transformações, isso é, dinâmico, positivo, uma oportunidade para o aperfeiçoamento durante a vida. Reconhecendo essa capacidade, a sabedoria humana desenvolveu ensinamentos, que ao longo dos tempos deram certo, ajudaram e continuam ajudando o aprimoramento da comunidade humana e consequentemente as relações entre homens e mulheres. Sendo cristãos, somos convidados a olhar para Jesus mestre e senhor, pois temos nele um perfeito exemplo, que nos conduz para a perfeição, devemos imita-lo em tudo. O seu exemplo de amor marcou o mundo, é a beleza morando no nosso meio.
           Jesus  viveu na nossa historia, nos amou, nos ensinou  muitos valores, entre eles o valor das virtudes. Virtude é uma disposição para a pratica do bem, que nos leva a atingir a perfeição. Dentre as mesmas, tem uma que se chama humildade, a mais bela de todas, "Bem aventurados os humildes de espíritos, porque deles é o reino dos céus" (Mt-5,3) a humildade pode ser compreendida como a capacidade que leva o ser humano a reconhecer suas fraquezas, e supera-las, a terra onde Jesus lança sua semente. Para os gregos a humildade é a regra moral, a justa medida. Para os latinos, é a virtude que nos faz ter consciência de nossa realidade. A palavra humildade, deriva de uma palavra latina humus, traduzida por terra, isso nos leva a compreendermos nossa simples condição igual a terra.
     A prática da humildade, santifica e engrandece o ser humano, desperta-o para a sensibilidade em socorrer os necessitados, nos fortalece para o perdão, nos leva a oração, coloca-nos diante de Deus como criaturas dependente do seu poder. A raiz de todo o bem reside em Jesus, dele nos vem a humildade como uma força sobrenatural, nos fortalecendo, sejamos humus, terra fértil para que se enraíze em nós o Cristo.
    Jesus é o perfeito exemplo de humildade "sedes meus discípulos, porque eu sou manso e humilde de coração" (Mt-11,29) toda a pessoa de Jesus, o seu ministério nos aponta para a humildade, ele a viveu antes de tudo para com Deus o pai, pois sempre foi obediente à sua vontade. Também se observa a humildade de Jesus com relação aos homens na prática e vivencia da compaixão e do serviço. Dando-nos a sua  vida, amando-nos em nossa pequenez, mesmo sabendo de nossa pobreza, faz a nossa vida ter o valor de seu sangue precioso."porque fostes comprados por um bom preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo e no vosso espirito, os quais pertencem a Deus"(1Co-6,20), o Cristo nos valorizou ao fazer isto ele se humilha, em missão e  com todo o seu amor, derramou sobre tudo e todos sua humildade. Cito o poema de Cora Coralina, mulher simples, humilde, doceira de profissão nasceu em Goias em 1889, morreu em, 1985. Com a poesia oração do milho, somos convidados a despertarmos cada vez para uma vida de humildade:
 "Sou a planta humilde dos quintais pequenos e das lavouras pobres.
Meu grão, perdido por acaso, nasce e cresce na terra descuidada. Ponho folhas e haste e se me ajudares Senhor, mesmo planta de acaso, solitária, dou espigas e devolvo em muitos grãos, o grão perdido inicial, salvo por milagre, que a terra fecundou.
Sou a planta primária da lavoura.
Não me pertence a hierarquia tradicional do trigo. E de mim, não se faz o pão alvo, universal.
O Justo não me consagrou Pão da Vida, nem lugar me foi dado nos altares.
Sou apenas o alimento forte e substancial dos que trabalham a terra, onde não vinga o trigo nobre.
Sou de origem obscura e de ascendência pobre. Alimento de rústicos e animais do jugo.
Fui o angú pesado e constante do escravo na exaustão do eito.
Sou a broa grosseira e modesta do pequeno sitiante. Sou a farinha econômica do proletário.
Sou a polenta do imigrante e a miga dos que começam a vida em terra estranha.
Sou apenas a fartura generosa e despreocupada dos paióis.
Sou o cocho abastecido donde rumina o gado
Sou o canto festivo dos galos na glória do dia que amanhece.
Sou o cacarejo alegre das poedeiras à volta dos seus ninhos.
Sou a pobreza vegetal, agradecida a Vós, Senhor, que me fizeste necessária e humilde 
SOU O MILHO". Sejamos humildes.       

Gouveia.