quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

GRAÇAS A TI AMADO JESUS

                  Nosso Senhor Jesus Cristo tem muitos modos de nos encontrar, um deles é a sua constante presença na santa Eucaristia, o caminho para esse encontro é a santa missa "Nunca língua humana pode enumerar os favores que se correlacionam ao Sacrifício da Missa. O pecador se reconcilia com Deus; o homem justo se faz ainda mais reto; os pecados são perdoados; os vícios eliminados; a virtude e o mérito crescem, e os estratagemas do demônio são frustrados." (São Lorenzo Justino) nesse ato santo, o mundo é alimentado, vivificado no sagrado pão, restabelecido no vinho santo, que uma vez consagrado, fato sobrenatural se torna receptáculo de nosso Senhor “Por meio da consagração opera-se a transubstanciação do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Cristo. Sob as espécies consagradas do pão e do vinho, Cristo mesmo, vivo e glorioso está presente de maneira verdadeira, real e substancial, seu Corpo e seu Sangue, com sua alma e sua divindade” (CIC Parágrafo 1413) na força do poder de Deus a real presença do seu filho, nosso amado salvador reside nas especies material do pão e do vinho, tudo é perpassando pelo ser de Jesus. "Este cálice é o novo pacto no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que ele venha" (I Cor. 11:25-26). 
          Milagre grandiosismo se dá dentro da santa missa, o mais perfeito ato de adoração a trindade santa, tão agradável é para o Senhor a santa missa, que o seu próprio filho Jesus Cristo único e eterno sacerdote a celebra generosamente, se doa ao mesmo tempo no agir piedoso da igreja, na simplicidade sacerdotal, na veneração do povo que também celebra a gratuidade de Deus. "Eu sou o pão da vida. O que vem a mim, não sentirá fome, o que crê em mim nunca terá sede" (Jo 6,35) para nutrir, conservar todos unidos, a onipotência, onipresença, onisciência de Deus se faz aliança no sacrifício de amor que redime o ser humano e o mundo mergulhado no pecado, "Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor. Que cada um examine a si mesmo, e assim coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação." (I Coríntios 11:27-29)
          Diante desse grande gesto de profunda misericórdia do criador cabe a criatura de forma contrita examinar na pobreza espiritual o desejo, a necessidade de buscar na mesa sagrada o corpo e sangue de Jesus, vida eterna, que redime a culpa, nutre a vida espiritual. “Duas espécies de pessoas devem comungar com frequência: os perfeitos para se conservarem perfeitos, e os imperfeitos para chegarem à perfeição” (São Francisco de Sales).
           Cristo é para sempre elevado, ofertado a Deus como ação de graças, doado por Deus em favor do seu povo, assim também, ele mesmo nos eleva, nos oferta a Deus, isto é comunhão, é a invasão da santidade destruindo o pecado, restabelecendo o pecador, é antes de tudo um ato de fé, entre a terra e o céu, é mergulhar e desfrutar de graças tão profundas e autenticas, que cura liberta, renova, é banquete de amor, com amor, no amor, por Cristo com Cristo e em Cristo.
               "Tomou em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo tomou também o cálice, depois de cear, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado por vós" (Lc 22, 19-20) a solenidade desse momento é permeado de verdade, o próprio verbo proclama a formula santificadora "isto é o meu corpo, isto é o meu sangue derramado por vós" na liberdade do serviço, do amor Cristo se da generosamente, de uma vez por todas os sacrifícios antigos perdem o seu valor, é agora o cordeiro de Deus, "Eis o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo" (João, 1:29), manso, humilde e obediente, da vida ao mundo no alto da cruz, e no altar eucarístico “A devoção à eucaristia é a mais nobre de todas as devoções, porque tem o próprio Deus por objeto; é a mais salutar porque nos dá o próprio autor da graça; é a mais suave, pois suave é o Senhor” (S. Pio X), 
                 Graças a ti amado Jesus, sempre e em todo momento se de graças e louvores ao santíssimo e diviníssimo sacramento.


Pe. Antonio Gouveia

domingo, 21 de dezembro de 2014

VERDADE E FÉ

            Há um forte conflito entre a fé e a duvida, uma batalha interior na vida do homem, isso consiste em um verdadeiro tormento na busca da fé, que também é compreendida como verdade, fé e verdade são princípios que dão sentido a vida. Só o ser humano busca esse sentido, só ele experimenta esse conflito. Na tentativa de que as duvidas sejam vencidas, e a verdade encontrada, compreendida, o ser humano faz uma longa experiência que consiste na desconstrução e ao mesmo tempo construção de novos padrões.
       Para que a fé seja vivenciada, o homem utiliza o pensamento, a razão, "A fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade" (Papa João Paulo II - Encíclica 'Fides et Ratio) daí a contribuição da ciência. Fé e ciência não brigam, se ajudam. De forma racional a duvida é vista simplesmente como um método, "A dúvida é o princípio da sabedoria" (Aristóteles) que causa questionamentos, isso é positivo, pois ao mesmo tempo ela se torna também um caminho na descoberta da verdade, porta da fé, meio para se compreender a vida, seus altos e baixos.
           A verdade aproxima e favorece o homem na prática da fé, porém cabe a cada um conceitua-la, de acordo com suas descobertas e vivencias. No sentido religioso, a fé é um recurso que nos ajuda na busca e experiência com o sagrado "Se vocês tiverem fé do tamanho de uma semente de mostarda, poderão dizer a esta amoreira: 'Arranque-se e plante-se no mar', e ela obedecerá". (Lc-17,6) é também uma virtude, um dom sobrenatural, que supera duvidas, e conduz a verdade, é um caminho para liberdade, levando-nos a fazermos escolhas sensatas, verdadeiras e éticas É bom separarmos o que é religião e fé: Religião, é um conjunto de normas que apontam para a descoberta da fé. Fé, é uma experiencia pessoal com o sagrado, intima e livre, é um caminho para tolerância, inclusão, dignidade e serviço. 
        A fé é uma realidade humana que não pode ser compreendida como uma fuga, a mesma deve ser vivida como um instrumento, uma ferramenta que confronta com a realidade da vida, consigo mesmo e com as coisas que acercam. Não é também uma reação emocional entre o espírito e a matéria, o sagrado e o profano, mas uma busca sincera para uma compreensão verdadeira da relação do homem, sua história e Deus.
            Existem vários termos relacionados a fé: Fé sincera, má fé, fé publica, boa fé...em sua abrangência cabe ao homem significa-la "A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem" (Hb- 11:1). A fé é o fundamento primeiro da existência das coisas, que ainda não aconteceram, nesse sentido é também esperança rumo ao futuro, que poderá ser infinitamente melhor "Nunca perca a fé na humanidade, pois ela é como um oceano. Só porque existem algumas gotas de água suja nele, não quer dizer que ele esteja sujo por completo." (M. Gandhi)
             Somos todos convidados a vencer a duvida e descobrirmos a fé, sobretudo vive-la sem pietismos, devocionismos... sim o caminho da verdade. Com alegria construir um mundo que seja de esperança, igualdade, cada um assuma o processo histórico, com responsabilidades de forma harmoniosa, toda espécie de preconceito sejam superadas com a vivencia da fé.

Pe. Antonio Gouveia

sábado, 13 de dezembro de 2014

SANTIDADE DEVE SER A META DE TODOS

               A santidade é desejo de Deus para todos, é um projeto harmonioso de vida que propicia o amor, a caridade e simplicidade entre as pessoas é a edificação da comunidade "Vivam em harmonia uns com os outros. Não se deixem levar pela mania de grandeza." (Rm 12,16) este mandamento que convoca todos a viverem de forma santa deve ser proclamado em todas as épocas e a todas as pessoas, "Sejam santos porque eu, o Senhor, o Deus de vocês, sou santo" (Lv-19.2) sendo proclamado na antiga aliança, se faz presente também na nova aliança e tem sua plena realização no Cristo o único que viveu e andou em perfeita santidade tornando-se modelo para o mundo, não tenhamos medo de imita-lo.
            A palavra QADASH usada na antiga escritura identifica alguém ou algo que foi separado das demais coisas, das realidades do mundo profano para exclusivamente servir a Deus, ao seu culto e o povo. Santidade é comunhão entre as pessoas e as realidades divinas que com o socorro da graça se concretizam através das atitudes humanas para o bem de tudo e de todos, é um esforço continuo, um ato de vigilância "Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor".(Hb-12,14) muitos na antiga aliança viveram de forma valorosa, com esforço testemunhando a fé com mansidão, sofreram perseguições em mome de Deus, viveram a paz, e em pobreza se fortaleciam na confiança em Deus, praticaram a caridade e a oração, abraçaram a fé mesmo em situação de martírio, "Mas as almas dos justos estão na mão de Deus, e nenhum tormento os tocará." (Sb; 3,1)    
               É observado no antigo testamento a realização desse desejo de Deus na vida de muitos homens e mulheres "esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor". (Hb-12,14), por exemplo Moisés e Elias que aparecem ao lado de Jesus no monte Tabor é um retubante exemplo de Deus que acolheu a santidade desses dois homens de fé que apesar de suas fraquezas atingiram grau de santidade. Ser santo é uma construção cotidiana do ser humano novo que renasce a cada dia na vivencia e pratica da ética, verdade, honestidade, caridade e humildade comprometido com a edificação de um mundo novo de justiça e paz. "São essenciais, na vida cristã, a oração, a humildade, a caridade para com todos: este é o caminho para a santidade". (Papa Francisco)
    É bom sabermos que a verdadeira santidade passa longe do fingimento religioso, o tal farisaísmo tão duramente criticado por nosso Senhor Jesus Cristo. Santidade não combina com pietismos, devocionismos, ritualismos, quem desejar ser santo deve  tomar consciência das fraqueza a cada dia enfrenta-las "Porque quando estou fraco então sou forte.” (2 Co 12:9-10) Ser Santo é fazer parte do corpo mistico de Cristo que a todos une numa perfeita comunhão para a construção do reino de Deus, no reino dos homens. A santidade deve a ser a meta buscada por todos.

Antonio Gouveia