O Credo de Atanásio foi composto em 381 ou depois, provavelmente para uso catequético a fim de instruir melhor o cristão na compreensão da Santa Trindade. Santo Atanásio foi bispo de Alexandria, foi confessor e doutor da Igreja, porém esta belíssima oração foi divulgada por santo Ambrósio.
Quem deseja ser salvo deve manter acima de tudo a fé católica [universal]. Se um homem não a mantiver no seu total, sem violação, ele certamente perecerá eternamente.
Agora, isto é, a fé católica, que nós adoramos um Deus em Trindade, e Trindade em unidade, sem confundir as pessoas nem dividir a substância. Pois a pessoa do Pai é uma, do Filho uma outra, do Espírito Santo uma outra.
Mas a Trindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo é uma, a Sua glória é igual, a Sua majestade é co-eterna.
Assim como é o Pai, assim é o Filho, assim também é o Espírito Santo. O Pai não foi criado, o Filho não foi criado, o Espírito Santo não foi criado. O Pai é infinito, o Filho é infinito, e o Espírito Santo infinito. O Pai é eterno, o Filho eterno, o Espírito Santo eterno. Porém, não há três seres eternos mas um eterno; assim não há três incriados, nem três infinitos, mas um que não foi criado e que é infinito. Na mesma maneira, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito Santo onipotente; mas não há três onipotentes, mas um onipotente.
Então, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus; porém não há três Deuses, mas há um só Deus. Então o Pai é o Senhor, o Filho é o Senhor, o Espírito Santo é o Senhor; porém, não há três Senhores, mas há um só Senhor. Por que ainda que sejamos obrigados pela verdade cristã a reconhecer cada pessoa separadamente como Deus e Senhor, assim também somos proibidos pela religião católica a falar de três Deuses ou Senhores.
O Pai não é de ninguém, nem feito, nem gerado. O Filho é somente do Pai, nem criado, mas gerado. O Espírito Santo é do Pai e do Filho, nem feito, nem criado, nem gerado, mas procedido. Então há um Pai, não três Pais; um Filho, não três Filhos; um Espírito Santo, não três Espíritos Santos. E nesta Trindade, não há nada antes ou depois, nada maior ou menor, mas todas as três pessoas são co-eternas umas com as outras, e co-iguais. Então, em todas as coisas, como foi dito acima, ambos Trindade em unidade, e unidade em Trindade, deve ser adorada. Pois aquele que deseja ser salvo deverá pensar assim sobre a Trindade.
Aqui é a versão defendida por J. N. D. Kelly,The Athanasian Creed (Nova Iorque: Harper & Row, 1964) 112-114, traduzida por J. S. Horrell:
Pe. Antonio Gouveia
Pe. Antonio Gouveia