segunda-feira, 8 de julho de 2013

CRESCENDO E APRENDENDO COM A HISTÓRIA

     O termo católico vem do grego profano, Aristóteles (322 AC) "Kath'holon" compreendia esta palavra como um conjunto geral de coisas existentes em vários lugares. Zenon (+ 262 AC) "Katholika" definia esta palavra como princípios gerais universal, Políbio, o geografo (+ 122 AC) falou que a história universal e comum é "Katholikes", para Filon de Alexandria Katholikos é compreendida como algo que é geral para todos. A compreensão grega de católico indicava algo comum e universal. Santo Inácio (+107) bispo de Antioquia no início do século II apresentava o termo católico com referência a igreja "Onde quer que se apresente o bispo, ali esteja também a comunidade, assim a presença de Cristo Jesus nos assegura a presença da igreja católica", escrevia aos Hermineses.
    Já no século III, o termo católico, é compreendido em relação à verdadeira igreja espalhada pelo mundo inteiro. Em 28/02/380 o imperador Teodósio I, torna oficial a fé católica. "Transmitida aos romanos pelo apóstolo Pedro professada pelo pontífice Dâmaso e pelo bispo de  Alexandria, ou seja, o reconhecimento da Santa Trindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo". Teodósio I é o último líder do império Romano, seu reinado é reconhecido como o reinado que instituiu o cristianismo como religião oficial do império Romano. O imperador Constantino, tornou lícito o cristianismo em 313, isto é, permitiu liberdade do culto apenas. 
      O outro nome que compõe a identidade desta fé nascente é apostólica, para definir o caráter pastoral dos apóstolos, homens que estão sempre apostos para realizar o anúncio da boa nova, pois a fé não chega diretamente às pessoas, vem do Cristo que a recebe do Pai e passa aos apóstolos, estes ao povo. O outro termo que completa essa identidade é a palavra romana, não por causa da região, mas para definir uma origem fixa no mundo. O nome romano diz muito mais sobre a unidade que acompanhava e acompanha todos aqueles que, no amor ao evangelho unidos à igreja, sé romana, estão intimamente participando na evangelização católica, ou seja, universal.
     A igreja se inicia no século IV, recebendo de Constantino liberdade para atuar livremente, deste recebe também algumas propriedades. No século V os Bárbaros invadiram o Ocidente destruindo cidades, enfraquecendo a política, provocando violência, anarquia, o território mais prejudicado foi o da Itália. O único poder que se manteve firme diante da invasão dos Bárbaros foi o Papa, por isso todos recorriam à ele, pedindo para que restabelecesse a  ordem e a justiça.
    De 786 a 1.870 era vasto o território chamado de pontifício, territórios do Papa, formado principalmente por doações de ricas famílias e imperadores, parte dessas doações estavam sob o domínio do imperador Bisâncio, daí surge várias lutas. Os Longobardos, tribos germânicas, pretendiam tomar Roma, o Papa Estevão II pede ajuda a Bisâncio, mas não tendo recorre ao rei dos Francos Pepino III, o breve, pai de Carlos Magno, o mesmo além de ajudar o Papa faz uma grande doação, com esta doação o imperador Bisâncio protesta, Pepino afirma que entrou em guerra em favor da igreja católica por amor a São Pedro, pelo perdão de seus pecados, todas as suas conquistas era para o Papa (igreja).
     Em 1.115 a duquesa Matilde, doa de uma só vez os territórios de: Toscana, Espoleto, Bréscia, Parma, Módena, Mantuá, Ferrara e Cremona. O Estado Pontifício chegou a medir 41 mil km², é a partir desta realidade que o Papa começa a se envolver com o poder temporal. Por onze séculos houve constante luta, de um lado para se manter o estado pontifício, do outro lado o povo tentando reconquistá-lo, isto provocou brigas, disputas territorial e política, confusão, sobre a atuação da igreja, os sacerdotes eram simplesmente funcionários eclesiásticos.
      Com a chegada da renascença (séc. XIV a XVI), veio mudanças de comportamento na vida do povo, o individualismo, o desprezo pelos valores espirituais, críticas ao poder da igreja, suas riquezas. No século XVII o Estado Papal entra em decadência política, econômica, espiritual e por quatro vezes o governo papal foi deposto. Em 1789, a revolução francesa prende o Papa Pio VI, o mesmo morre como prisioneiro. Em 1849 no reinado de Pio IX, os italianos cria uma só República Romana, renegando o Estado Pontifício. Em 1870 tropas italianas toma o território papal, proclama Roma como a capital do novo reinado da Itália. Em 1898 Napoleão quebra o Estado Papal prende Pio VII.
      Em 11/02/1929, no palácio de Latrão, (São João de Latrão) é assinado  um documento chamado de o Tratado de Latrão, Benito Mussoline, facista, ministro italiano  de 1922-1943, enfrenta a questão Romana, a igreja se compromete a cuidar dos assuntos espirituais, o povo desejava unidade nacional, daí surge três guerras lideradas por Camilo Benson de Cavoar,  Vitor Emanuel II e o General Giuseppe Garibaldi, tomam Roma que pertencia ao Papa e reintegram a Itália. O Papa se torna súdito das autoridades e o Vaticano se torna o menor país do mundo com 44 mil m², ou seja, a milésima parte do que fôra o antigo Estado Pontifício. A cidade do Vaticano é o espaço físico e a Santa Sé é a origem da fé. O Vaticano está construído sobre as sete colinas de Roma, já antes da Roma pré-cristã era o local dos oráculos.
       A origem da palavra vaticano, vem do mito vagitanos "deus etrusco que "abria a boca das crianças" recém-nascidas para que dessem o primeiro choro e o primeiro grito". Também nesta colina foi erguida a grande construção chamada de o Circo de Nero, onde muitos cristãos foram martirizados, entre eles São pedro, aí sacrificado e enterrado. Em 326 é construída a primeira Basílica de Constantino.
     A igreja depois dessas fases históricas do passado aprendeu muito, centralizando a sua missão na evangelização, nos últimos tempos observamos como a igreja tem se estruturado na sua vocação de semeadora da Palavra de Deus, exercendo no mundo todo o ministério da caridade, da fraternidade e com muita assistência do Espírito Santo, a cada dia vem tomando consciência da sua verdadeira missão, viver a boa nova de Jesus Cristo, conduzir a humanidade pelos caminhos da fé, afim de que tenhamos dias de paz duradoura. Rezemos pelo Santo Padre, Bispos, Religiosos e Religiosas, Padres e Leigos, por todos os poderes constituídos, pedindo que luz da fé católica e apostólica brilhem em todos os lugares. Que a Virgem Maria Mãe de Deus e São Jose seu castíssimo esposo, intercedam por todo povo de Deus que forma a Igreja, Una, Santa, Católica e Apostólica.

Pe. Antônio Gouveia

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