sábado, 18 de outubro de 2014

DESPREZADO, SOFRIDO, PORÉM, AMOROSO, ACOLHEDOR...

          Jesus Cristo nosso salvador durante toda a sua vida iluminou o mundo com seu sofrimento. Mostrou provas do seu imenso amor sobretudo para com os pecadores arrependidos, sua dor e desfiguração foi o ápice de sua entrega, "não tinha graça nem beleza para atrair nossos olhares, e seu aspecto não podia seduzir-nos" (Is-53,2) podemos ver, admirar, contemplar, adorar sua divindade, de forma sublime em suas santas, divinas chagas, vivas e sangrando inundou o mundo com bondade de um Deus que aceita o sacrifício de seu filho único em favor dos pecadores, que o desprezam. "Desprezado e abandonado pelos homens, como alguém cheio de dores habituado ao sofrimento" (Is-53,3), atormentados na aridez, tíbios na fé não reconhecem que o filho de Deus nos amou sofrendo, não apenas durante açoites das chicotadas que lhe rasgavam a carne, os pregos perfurando-lhes as mãos de onde muitas das vezes brotou para o bem de todos bençãos indizíveis.
         O peso da cruz, chicotadas, bofetões, cusparadas, macerações ..."Mas foi ferido por causa de nossos crimes, esmagados por causa de nossas iniquidades" (Is-12,5) o cordeiro de Deus, puro sem manchas, humilde e humilhado "ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente" (Pd. 2,23), é manchado pelos pecados da humanidade. Porem o sofrimento de Cristo é bem anterior ao seu flagelo físico. O príncipe soberano ainda nos braços de sua santa mãe, na companhia de seu pai São José, já era um fugitivo. Com poucos dias de vida já tem alguém que lhe quer mau "Deus conhecia desde o início que o interesse de Herodes pelo menino era maligno" (Mt 2:12) consumido de fúria Herodes ordena uma matança às crianças da região, achando que o santo bebê encontrava-se entre as outras. Herodes, imperador do mal, é a própria serpente que tentou contra Eva, Abel, Caim... a mesma se arrasta violentamente pela historia afora para definhar as almas que sedentas buscam o Cristo já vitorioso, desde sua entrada no mundo através da virgem Maria "Este menino será causa de queda e de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição" (Lc-2,34) a contradição só acontece na alma daqueles que como Herodes não se rendia aos planos amorosos de Deus presente em Jesus Cristo, esses tantos no passado como nos dias atuais cairão.
                 Já aos que aceitam o Cristo ainda que perseguidos serão reerguidos."já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim" (Gl-2,20). Cristo, foi acusado de bêbado, guloso, comilão "Eis aí um homem comilão e beberrão amigo de publicanos e pecadores" (Mt-11,198) totalmente desacreditado por muitos "Agora salva-te a ti mesmo. Desce desta cruz, se és o Filho de Deus!” (Mt-27,40), ainda nos dias de hoje o poder de Jesus Cristo é posto a prova, muitos o compara apenas a um filósofo, nada contra os filósofos. Um milagreiro. Ou simplesmente um agitador politico ... Foi traído, vendido por um de seus escolhidos, Judas, foi negado por Pedro...
              Foi preso como um bandido, julgado a revelia, sem defesa foi condenado. Ao brotar no seu virginal corpo as marcas, em decorrência dos açoites imerecidos, elas revelam o sofrimento interno psicológico que Jesus a muito tempo vinha enfrentando, uma especie de cálice amargo de fel, bebida curtida no pecado, imundices, mentiras, recusa da palavra de Deus, o verbo feito carne, Cristo. Torturado, assassinado, suas chagas são angustiantes, mas também poderosas provas do seu poder sobrenatural que tudo suportou por amor, a fim de abolir os sacrifícios antigos. 
          Na plenitude dos tempos Deus nos enviou o cordeiro, que uma vez abatido se tornou o puro e santo sacrifício aceito por Deus "Porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados" (Hebreus 10,4). O sangue de Jesus jorrando de suas santas chagas é a nova aliança de amor. Contemplemos as chagas de Cristo, não com mero sentimentalismo mas com um profundo ato de fé, piedade, louvor, reconhecimento da ação salvífica  de Deus

Pe. Antonio Gouveia

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