terça-feira, 19 de março de 2013

ESPIRITUALIDADE - 5º Domingo da Quaresma

Na nossa caminhada para a Páscoa, o profeta Isaías na 1ª leitura (Is 43,16-21) nos diz: que o Senhor abriu uma passagem no mar e um caminho entre águas impetuosas: A cada dia com a força de Deus é necessário caminhar no conflituoso mar de nossa existência e deixar para trás os obstáculos esperando no Senhor novos fatos,(eis que faço nova todas as coisas) .
Ele controi a cada dia possibilidades para caminharmos. O que Ele quer nos diz Isaías, é que caminhemos contentes, dispostos e alegres, Ele quer o nosso louvor. O Salmo 125, reafirma Isaías "Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria" todos nós sabemos o quanto a tristeza deprime e adoeçe a pessoa, tudo será mudado se no Senhor e exclusivamente Nele exultarmos de alegria, pelas conquistas do dia-a-dia, pela capacidade se superar a dor, por reconhecer mesmo que, em lágrimas devemos caminhar com alegria.
Esta forma de compreeder o poder de Deus agindo em nós, vem de encontro com a 2ª leitura (Fl 3,8-14) tudo é perda quando se caminha com tristezas, ressentimentos, medos..., Viver desta foma é nunca encontrar Jesus. O nosso encontro com o Cristo e a nossa união com Ele nos faz experimentar infinitas grandezas, fé, ressurreição, comunhão..., esses dons se faz realidade na pesoa que em Jesus busca Deus, que nos chama a receber em Cristo Jesus, a vida em plenitude. É essa plenitude que a mulher apresentada em João (Jo 8,1-11) espera receber quando condenada por seus pecados, é levada a um julgamento popular cuja pena já estava decretada, morte por apedrejamento.
Diante de Jesus e de todos ela é acusada e a justificativa estava na Lei de Moisés, Jesus ao ouvir os acusadores curva-se para escrever no chão. Podemos compreender nesse gesto que Jesus quer purificar a terra escrevendo nela com seu próprio dedo a Lei Divina, Lei da misericórdia, do perdão e do amor; Inquietos os acusadores interpelam a Jesus como se quizessem impedir que o amor fosse inscrito na poeira humana, na lama da nossa realidade pecadora.
Como o mestre Jesus nos faz aprender através da pergunta intimista! Quem dentre vós não tiver pecado atire-lhe uma pedra? bastou estas palavras para que um a um se retirasse, solitários, pensativos, pois acabara de descobrir que eles também tinham seus adultérios, diz o texto: foram saindo um a um a começar pelos mais velhos e com isso compreendemos que o pecado, a falta de misericórdia já era uma prática velha e encarquilhada naquela comunidade que se colocava como juíz desta mulher que não tem nome e nela podemos ver toda a humanidade, toda pessoa que precisa de misericórdia ou ainda toda mulher marginalizada, violentada, sofrida..., a Lei do Amor encarnada em Jesus grita na escuridão daquela mulher tida como pecadora. "Eu não te condeno" disse Jesus rasgando na sua condição de pecadora uma estrada, um caminho, uma luz de esperança, como nos falou o profeta Isaías na 1ª leitura: Deus que abre um caminho nas águas impetuosas, aqui Jesus autoriza essa mulher a caminhar nesta nova estrada PODES IR, confiante, corajosa, alegre, feliz e sobretudo viva, com certeza ela vai cumprir o que Jesus lhe disse depois do podes ir, de agora em diante não peques mais.
Peçamos a Virgem Maria que nos dê agilidade para caminhar direto à meta que alto, Deus quer nos oferecer.

Padre Antonio Gouveia

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