O tempo pascal traz renovação espiritual, neste clima de festa e novidades celebremos confiantes a vida em Deus, acolhamos a ressurreição, oferecida por Cristo a todos, "Por ele (Jesus) os filhos da luz nascem para a vida eterna; e as portas do reino dos céus se abrem para os fiéis redimidos. Nossa morte foi redimida pela sua e na sua ressurreição ressurgiu a vida para todos" (Prf- pag-422). O terceiro, domingo da páscoa segue com um ritmo festivo do mistério eterno e vital da passagem e ação de Deus que caminha conosco meio as tristezas e alegrias.
A primeira leitura, (At2,14,33) apresenta Pedro falando para a multidão que Jesus foi provado por Deus, sendo entregue pelas mãos dos ímpios, foi pregado em uma cruz e assassinado, mas Deus o ressuscitou, a morte não o dominou, cita que o patriarca Davi morreu e foi sepultado, mas antes ele previu a ressurreição de Cristo dizendo "Ele não foi abandonado na região dos mortos e sua carne não conheceu a corrupção". Cristo ressuscitado é testemunhado por muitos, é exaltado por Deus e está a sua direita, o mesmo recebeu o Espírito Santo prometido do pai e o concede a todas as testemunhas.
O salmo 15 destaca que o Senhor é a herança, o destino seguro, junto dele felicidade sem limites, quem o tem não vacila. Na segunda leitura (1Pd-17,21) Pedro destaca o valor do sangue de Jesus, associando-o ao cordeiro sem mancha, sem defeito, no sangue derramado acontece o resgate da nossa vida fútil. Não foi por meio de coisas perecíveis como o ouro e a prata, mas em Cristo a nossa esperança que se deu o nosso resgate. A igreja una, santa, católica, celebra esse mistério com todos os seus filhos "Transbordando de alegria pascal, nós nos unimos aos anjos e a todos os santos, para celebrar a vossa glória", obedecendo a este convite toda a igreja, povo de Deus alegra-se em assembleia cantando, Santo Santo Santo....
No evangelho, (Lc. 24,43-35) Jesus é aquele que caminha com os seus, porém muitas das vezes como cegos não o percebemos. Foi o que aconteceu com os discípulos. Tres dias após a morte de Jesus, viajavam de Emaús para Jerusalém cujo nome é traduzido por cidade da paz, estavam inseguros, angustiados cheios de dúvidas, sentimentos causados pela morte de seu mestre Jesus. Ambos falavam, ao caminharem do que tinha acontecido com o Cristo, um profeta poderoso em obras e palavras, que foi condenado a morte pelos chefes e sumos sacerdotes. Diz o viajante chamado Cléofas, para Jesus que perguntara, que ides conversando pelo caminho? tu não sabes! é sobre Jesus, ele morreu e não libertou Israel, já faz tres dias que isso aconteceu, há alguns relatos de que ele está vivo, mas até agora ninguém o viu.
Aos dois viajantes, simbolo de todos os caminhantes que buscam a Deus cumpre-se a boa nova "onde dois ou trés estiverem reunidos no meu nome eu estarei no meio deles" (Mt-18;20) na caminhada do dia-dia, e necessário estarmos juntos com Jesus unidos no seu nome, para desfrutarmos de sua força e presença. Não identificaram que o príncipe da paz estava ali do lado sendo amigo, irmão de caminhada. Jesus percebe neles pouca inteligencia, lentidão para as realidades da fé, olhos fechados, querendo acorda-los dessa letargia que os impediam de verem a verdade interroga-lhes Jesus "sera que o Cristo, não devia sofrer tudo isso pra entrar na sua glória?". Explica para eles as escrituras, citando Moisés e os profetas, falando de si próprio. Chegando no destino, Jesus passa à frente, os discípulos insiste para que o seu companheiro de viagem fique com eles, "fica conosco, Senhor pois já é tarde e a noite vem chegando" é uma profunda oração que todos devemos fazer, para que nas trevas da noite, nos nossos momentos difíceis seja Jesus a nossa luz, nossa segurança e doce companhia. Jesus acolhe o pedido senta-se a mesa toma o pão, abençoou-o partiu-o distribuindo-o.
Não só o pão é partido, Neste gesto, somem as trevas que antes os impediam de verem o Cristo transcendente, onipotente e onisciente, dele recebem uma luz que abre-lhes, os olhos, reconhecendo o ressuscitado são imediatamente curados da tristeza, decepção. Porém Jesus desaparece da frente deles. O testemunho foi dada e recebido a experiência de fé se torna solida na vida dos dois, felizes comentam comentam entre si "não ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo o caminho, e nos explicava as escrituras" partem para Jerusalém, ao encontro dos outros discípulos, lá contam afirmando que reconheceram Jesus ao partir o pão. Os outros discípulos confirmam "realmente o Senhor ressuscitou, e apareceu a Simão".
O caminho da ressurreição é um trajeto pessoal, espiritual, que conduz ao testemunho puro e autentico da ressurreição e do ressuscitado, da partilha, da vida e do pão, da escuta e prática da palavra de Deus. Neste caminhar vamos nos deixar arder nas palavras de Jesus, sentemos a mesa com ele e recebamos a pão que ele nos dará, imagem perfeita do milagre da eucaristia, é a propria missa. Uma viagem, um encontro, uma refeição, tres eventos transformadores na vida de quem caminha, se encontra e come com Jesus.
Pe. Gouveia
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