sábado, 7 de novembro de 2015

UM PROFETA, DUAS VIUVAS E JESUS

          

Reza a oração da coleta da missa trigésimo segundo domingo do tempo comum ano b "Deus de poder e misericórdia, afastai de nós todo obstaculo para que inteiramente disponíveis, nos dediquemos ao vosso serviço"
(Mr.376), em conformação com essa prece que a santa igreja eleva à Deus estão as leituras:
-O profeta Elias, sinal de vida na aridez da seca.
-A viúva, sinal de partilha.
-Deus age com misericórdia não deixando faltar alimento.
-O pleno sacerdócio de cristo, fonte, origem do sacerdócio comum e ministerial.
-A corajosa e autentica observação de Jesus que condena a opulência religiosa, elogia a simplicidade e o despojamento da pobre viúva
O profeta Elias cujo nome significa "meu Deus é o Senhor", foi um feroz opositor de Acabe
-873-853. A.C, rei rebelde, duro de coração, que permitiu por influencia de sua mulher Jezabel permitiu adoração ao deus Baal, deus da chuva, paganismo, suprimiu a lei de Deus... Elias convocava o povo para ser fiel a Deus, sua santa lei, por essas atitudes em defesa do monoteísmo, foi perseguido por o tal rei Acabe. O episodio da primeira leitura (1Rs-17,10-16) tem como cenário um forte período de seca, fome, morte e descreve o santo profeta Elias fugindo da fúria de Acabe, a mando de Deus vai a cidade de Sarepta, lá por providencia Divina Deus usa uma viúva que partilha o pouquíssimo alimento entre ela, seu filho e o profeta. A partilha se torna na vida dessa viúva um forte sinal de Deus, pois nunca mais faltou-lhes alimento, até o fim da seca. A bondade de Deus é uma torrente, fonte viva auxilio, socorro na secura dos tempos, para os que nele confia.
Reza o salmo "Bendize minha alma bendize ao Senhor"
(Sl-145) bendigamos a Deus em Cristo sacerdote eterno ele ascendeu ao céu no próprio sacrifício de amor, diante de Deus age em nosso favor, irriga as almas secas com seu preciosíssimo sangue é a belíssima mensagem da segunda leitura (Hb- 9-24,28) mostra a generosidade Sacerdotal de Cristo "Ele é o sacerdote verdadeiro que sempre se oferece por nós todos". Os sacrifícios antigos, não tem mais eficacia, a redenção de Cristo plenifica os tempos com o eterno. Seu amor incorpora a humanidade em Deus fazendo-a participar do autentico sacerdócio de Cristo. Diante de tantas graça, respondamos com as boas obras, vivendo, testemunhando a santa palavra de Deus, suportando com paciências as provações no Espirito Santo. Servindo com alegria ao próximo, em Cristo Jesus.
O evangelho revela uma pobre viúva e a confiança na providencia divina, o maior dos tesouros. Jesus Cristo a elogia "Esta pobre viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmola" e faz um alerta contra aqueles que usam o templo, a religião, para se destacarem dos demais, com roupas vistosas, que buscam os primeiros lugares, gostam de serem cumprimentados, exploram as viúvas, o povo com longas orações, comportamento muito próprio dos fariseus e doutores da lei, uma religião como meio de sobrevivência, uma fé falsa que se esconde detrás de ritualismos, como os antigos sacrifícios oferecidos com sangue de animais.
Uma observação de Jesus; as multidões, ricos depositavam grandes quantias nos cofres, grandes ofertas para receberem grandes milagres, essa atitude mantinha o autoritarismo religioso dos doutores da lei, a boa vida sacerdotal, o vergonhoso comercio com o sagrado. Jesus percebe uma pobre velha sem identidade, invisível ao olhos de todos, mesmo estando no templo não foi acolhida, cumprimenta por ninguém, era uma marginal, uma paupérrima viúva que não chamava atenção, não tinha roupas vistosas, certamente ficara no ultimo lugar, mesmo nessas condições ela entra na fila do ofertório deu duas moedas de pouco valor.
Apagada para os demais essa viúva brilhava diante dos olhos do Santíssimo Redentor, que fita o interior, as retas intenções e profundidade da alma, no compreender de Jesus a pobre viúva deu a maior oferta, pois abrira mão do pouco que tinha para seu sustento. Ela só deseja Deus, o seu valiosíssimo e único tesouro. As duas viúvas é a perfeita imagem da humanidade, seca, sem vida, que precisa brotar da profecia e ser nutrida no Cristo. Deus nos conceda superar os obstáculos da aridez espiritual da viuvez perene e nos torne disponíveis e dedicados ao seu ao serviço.


Pe. Antonio Gouveia

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