terça-feira, 19 de abril de 2016

HOMENS DA IGREJA III

 Alberto Magno, OP (1200-1280) Frade alemão da Ordem de S. Domingos, filósofo, escritor, teólogo. Grande gênio enciclopédico, movia-se magistralmente com grande segurança nos mais diferentes campos do conhecimento humano, convivendo em perfeita harmonia entre as razões da ciência e fé.
Alberto estudou principalmente na Universidade de Pádua, onde conheceu as obras de Aristóteles. Um relato posterior de Rudolph de Novamagia conta que Alberto teria tido uma visão da Virgem Maria que o convenceu aceitar o hábito de sacerdote. 
 Em 1223 (ou 1229) entrou para a Ordem dos Pregadores contra vontade da sua família. Estudou teologia na Universidade de Bolonha. Selecionado para preencher uma cadeira de professor em Colonia onde havia um mosteiro dominicano, Alberto ensinou durante muitos anos na região, principalmente Regensburgo, Friburgo, Estrasburgo e Hildesheim. Durante seu primeiro mandato em Colônia, escreveu sua Summa de Bono depois de discutir com Filipe, o Chanceler, sobre as propriedades transcendentais do ser.  Ele foi o primeiro a comentar sobre praticamente todas as obras de Aristóteles, tornando-as acessíveis para o debate acadêmico mais amplo.
 O estudo de Aristóteles levou-o a conhecer e comentar também sobre os ensinamentos dos estudiosos muçulmanos, principalmente Avicena e Averróis, o que o colocou no centro do debate acadêmico.
 Consta que ele rezava sempre: “Senhor Jesus, invocamos a tua ajuda para não nos deixarmos seduzir pelas vãs palavras tentadoras sobre a nobreza da família, sobre o prestígio da instituição, sobre o que a ciência tem de atraente”. Foi o primeiro a comentar sobre as obras de Aristóteles, tornando-as acessíveis para o debate acadêmico.
 Sua obra consiste de trinta e oito volumes, e demonstra não só sua prolificidade como também seu conhecimento enciclopédico variado que abrange lógica, teologia, botânica, geografia, astronomia, astrologia, mineralogia, alquimia, zoologia, frenologia, direito, além de tratados sobre justiça, amizade e amor.
 Já com setenta anos, foi incumbido pelo papa Urbano IV de liderar as cruzadas na Alemanha e na Boêmia. Em 1274, teve participação decisiva na união da Igreja grega com a latina, no segundo Concílio de Lyon Três anos antes de sua morte, Alberto Magno começou a perder a memória. Mandou, então, construir sua própria sepultura, rezava o ofício dos mortos todos os dias.
 Morreu, serenamente, no dia 15 de novembro de 1280. Só foi beatificado em 1622, embora houvesse um considerável aumento da devoção a ele, na Alemanha, a canonização não se efetivou logo. Em 1872, novamente em 1927, os bispos alemães pediram à Santa Sé sua canonização, sem resultado aparente. Mas o papa Pio XI, através de uma carta decretal, canonizou-o proclamando-o doutor da Igreja em 1931. Dez anos depois, o papa Pio XII  o declarou padroeiro dos estudiosos das ciências naturais.

Pe. Antonio Gouveia

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