“A perseguição é o pão cotidiano da Igreja”. Homilia da Missa celebrada na manhã de terça-feira, (12/04), na capela da Casa Santa Marta.
Assim como aconteceu com Estêvão, o primeiro mártir, ou com os “pequenos mártires” assassinados por Herodes, também hoje, afirmou o Papa: muitos cristãos são mortos por causa da sua fé em Cristo e outros ainda são perseguidos “educadamente” porque querem manifestar o valor de serem “filhos de Deus”.
Francisco falou de dois tipos de perseguição:
- Aquelas sangrentas, com seres dilacerados por animais selvagens para a alegria do público.ou que explodem por uma bomba na saída da Missa.
- E perseguições com “luvas brancas”, disfarçadas “de cultura”, que confinam num ângulo da sociedade, que fazem perder o trabalho, por não se adequar a leis que “vão contra Deus Criador”.
Jesus o disse. Nós, quando fazemos um pouco de turismo por Roma e visitamos o Coliseu, pensamos que os mártires eram aqueles mortos com os leões. Mas os mártires não foram somente aqueles ali ou outros. São homens e mulheres de todos os dias: hoje, no dia de Páscoa, somente três semanas atrás… aqueles cristãos que festejavam a Páscoa no Paquistão (na cidade de Lahore, Paquistão um atentado de autoria muçulmana, 72 pessoas morreram, mais de 300 feridos o fato se deu dia 27/03/2016) foram martirizados justamente porque festejavam o Cristo Ressuscitado. E assim a história da Igreja vai avante com os seus mártires”.
O martírio de Estêvão provocou uma cruel perseguição anticristã em Jerusalém, análoga às que sofrem os que hoje não são livres de professar a sua fé em Jesus. “Mas – observa Francisco – existe outra perseguição, da qual não se fala muito: a perseguição mascarada de cultura, de modernidade, de progresso”: “É uma perseguição – diria com um pouco de ironia – ‘educada’. É quando o homem não é perseguido por confessar o nome de Cristo, mas porque quer ter e manifestar os valores do Filho de Deus.
É uma perseguição contra Deus Criador na pessoa dos seus filhos! E assim, vemos todos os dias que as potências fazem leis que obrigam a seguir este caminho e a nação que não respeita estas leis modernas, cultas, ou que não quer tê-las em sua legislação, é acusada, perseguida educadamente. É a perseguição que tira do homem a liberdade, inclusive de objectar com a consciência!”. “Esta é a perseguição do mundo que tira a liberdade”, enquanto “Deus nos fez livres de dar testemunho do Pai que nos criou e de Cristo que nos salvou”, disse o Papa, acrescentando que “esta perseguição tem até um líder”: “O líder da perseguição ‘educada", Jesus o nomeou: é o príncipe deste mundo.
Quando as potências querem impor comportamentos e leis contra a dignidade do Filho de Deus, perseguem-no e vão contra o Deus Criador. É a grande apostasia. Assim, a vida dos cristãos vai avante, com estas duas perseguições. O Senhor nos prometeu que não se afastará de nós. “Estejam atentos, atenção!” Não caiam no espírito do mundo. Estejam atentos, mas prossigam, Eu estarei convosco!”.
Pe. Antonio Gouveia
Pe. Antonio Gouveia
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