No vigésimo sexto domingo do t.c. ano C, a igreja reflete nas palavras de Jesus, o valor de se confiar em Deus. Através da história do rico e do pobre Lazaro, narrada por Jesus, percebemos o valor de esperar e ter confiança em Deus, que prepara para cada um, um lugar, tanto na terra como no céu.
O homem rico de bens materiais, porém pobre na alma, desfrutava a vida vestido de forma elegante, dava festas todos os dias. O pobre materialmente chamado Lázaro, era rico na alma, pois aguardava em Deus, nu cheio de feridas, faminto, procurava a porta do rico para sobreviver, esperava sobras que caiam da mesa para matar a fome, o que sobra na mesa do rico é a causa da pobreza de Lázaro, ainda hoje os excessos dos ricos é pobreza, miséria de muitos, abandonado, sozinho, vivia na companhia dos cães, que lambiam suas feridas, tal vida de sofrimento teve fim quando morreu, mas, ao morrer vieram os anjos e o levaram para junto de Abraão.
Morreu também o rico e foi enterrado; fica claro o destino de cada um; Lázaro levado pelos anjos. O rico simplesmente enterrado. Encontrou-se na região dos mortos meio aos tormentos que não experimentara em vida. Diante de tanto sofrimento levantou os olhos pedindo socorro, avistou o pai Abraão com Lázaro ao seu lado, aquele que antes sofrera agora desfruta da segurança, da paz eterna. Diante desta visão, grita o ex-rico em seu sofrimento "Pai Abraão, tem piedade de mim! manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a minha língua, porque sofro muito nestas chamas". Abraão é a simbologia do Deus justiça.
- recorda dizendo: "Lembra-te que recebestes teus bens durante a vida, Lázaro os males, aqui Lázaro é consolado e tu é atormentado, há um grande abismo entre nós e vós, os que estão aqui não podem ir aonde tu estás, nem os daí vir aqui".
- O ex-rico insiste: "manda Lázaro à casa de meu pai alertar os meus irmãos, preveni-los para que não venham à este lugar de tormento".
- Abraão diz: Eles tem Moisés e os profetas que os escutem.
- mas uma vez o ex-rico insiste: manda um dos mortos quem sabe se convertam.
- Abraão interpela: Se não escutam Moisés e os profetas não acreditarão num morto que voltou.
Lázaro representa todos os periféricos da vida, aqueles identificados por Paulo na segunda leitura à Timóteo, como: o homem de Deus, aquele que foge das coisas perversas, busca a justiça, a piedade, vivendo na fé, pratica o amor, é manso, tem firmeza no combate da fé. O rico, são todos aqueles que recebem a benção da riqueza, mas se deixam escravizar pela mesma, isolando-se do próximo, imagem da porta do rico que separava a realidade de Lázaro da do rico, são aqueles apresentados por Amós na primeira leitura. Fica bem entendido, que o destino das pessoas depende daquilo que as mesmas constroem no dia-a-dia de suas vidas.
Lázaro em toda sua pobreza, é o perfeito testemunho dos que só esperam em Deus e suporta todos os reveses da vida, mas não se deixam abalar. Tal confiança, fez com que se encontrasse diante do pai Abraão, o abrigo seguro. Ao contrário, aquele rico sem nome desfrutava de uma vida de benesses, mas não usava nada do que possuía para construir o seu céu, recebe o lugar de tormento.
Se em vida o pobre Lázaro era lambido pelos cães, na eternidade o rico é lambido pelas chamas de fogo. A distância, o verdadeiro abismo que separava o pobre Lázaro do rico, agora existe na eternidade, separando o rico Lázaro daquele que arde nas chamas, sua miséria é eterna.
Podemos aprender que as distancias, os abismos, devem ser enfrentados enquanto estamos à caminho, em vida, como nos recorda a oração da coleta desta missa que reza: "Derramai sempre em nós a vossa graça para que caminhando ao encontro das vossas promessas alcancemos os bens que nos reservais" (missal pg 370).
Podemos aprender que as distancias, os abismos, devem ser enfrentados enquanto estamos à caminho, em vida, como nos recorda a oração da coleta desta missa que reza: "Derramai sempre em nós a vossa graça para que caminhando ao encontro das vossas promessas alcancemos os bens que nos reservais" (missal pg 370).
Enquanto Lázaro esperava as migalhas de pães caírem da mesa do rico, na eternidade o rico espera uma gota de água cair do dedo de Lázaro, para aliviar sua sede.
A consciência permanece viva na eternidade, atormentado, aquele que fora rico, chega a interceder junto a Abraão em favor de seus irmãos que ficaram na terra. A questão do caminho é retomada "que escutem os profetas e as leis", percebendo a incapacidade, dos seus irmãos (são todos aqueles que no comodismo abandonam a Deus e a sua santa lei) de ouvirem as leis, a alma sofrida insiste novamente "manda um morto e eles acreditarão", tal pedido é ignorado "se não escutam Moisés nem os profetas, não acreditarão num morto que voltou". A alma do ex-rico continua sem compromisso, buscando ganhar a salvação para os seus de forma fácil.
A consciência permanece viva na eternidade, atormentado, aquele que fora rico, chega a interceder junto a Abraão em favor de seus irmãos que ficaram na terra. A questão do caminho é retomada "que escutem os profetas e as leis", percebendo a incapacidade, dos seus irmãos (são todos aqueles que no comodismo abandonam a Deus e a sua santa lei) de ouvirem as leis, a alma sofrida insiste novamente "manda um morto e eles acreditarão", tal pedido é ignorado "se não escutam Moisés nem os profetas, não acreditarão num morto que voltou". A alma do ex-rico continua sem compromisso, buscando ganhar a salvação para os seus de forma fácil.
Serve este relato para que fixemos nossa confiança em Deus-Pai. Deixemos a Palavra de Deus, ser a maior riqueza de nossas vidas, assim quando formos tomados pelos anjos, seremos libertos de nossos pecados, proclamaremos a bondade de Deus com os anjos e os santos.
Pe. Antonio Gouveia
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