sábado, 21 de setembro de 2013

LUZ QUE GERA E CONDUZ OS SEUS

               Irmãos e irmãs, a primeira leitura da profecia de Amós-8, 4-7 deste 25º. domingo do t.c ano C, deixa claro que Deus não esquecerá aqueles que maltratam os humildes, que exploram o pobre, que dão mais atenção para oportunidades que conduzem ao lucro fácil, do que para o amor fraterno, o cuidado com o necessitado. Fica claro a ação dos desonestos que controlam a vida dos carentes, desvalidos, com promessas enganadoras. 
     O mundo da riqueza, "A corrupção vem com a riqueza" (Honore Balzac) da soberba, geralmente é construído com a exploração dos pobres oprimidos, os exemplos da primeira leitura são bem claros: adulterar a balança, diminuir as medidas, dominar os pobres, a riqueza resultante dessas atitudes gera morte, não vem da prosperidade benéfica de Deus, vem de um mundo que faz oposição a um Deus caritativo, amoroso, benéfico, Deus que eleva os pobres, e está acima de todas as nações, sua glória vem dos altos céus, nunca do acúmulo resultante da exploração dos carentes, pobres que por ele é retirado da indigência, colocado meio aos nobres do seu povo. Estas duas realidades explorado e explorador historicamente estabelece um conflito de opressão, escravidão, gerando morte entre os povos.
         "Os pobres ficam ainda mais pobres quando tem que sustentar os burocratas nomeados para supostamente enriquece-los" (Mauro H. Simonsem). Contra a realidade de exploração denunciada pelo o profeta Amós, Paulo na segunda leitura, recomenda que se faça preces, orações, súplicas, direcionadas à todos os homens, sobretudo pelos que governam, por todos que ocupam altos cargos, a fim de que praticando justiça, sejam agradáveis a Deus, "A injustiça senhores desanima o trabalho, a honestidade o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vem nascendo a semente da podridão, habitua o homem a não acreditar, senão na estrela, na fortuna, no ocaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade a venalidade(...) promove a relaxação, insufla a cortesia é baixeza de todas as formas" (Rui Barbosa) estes tem o poder legitimado pelo o povo, portanto, tem como obrigação cuidar, zelar pelo bem comum. Paulo vê na oração um grito de socorro à Deus, em favor daqueles que são explorados, privados pelos seus governantes de uma vida digna, confirma o querer de Deus, que toda pessoa chegue ao conhecimento da verdade, não se deixem ser explorados, enganados. Na luz que é Deus, sigamos Jesus que convida todos à uma vida em plenitude, isto é: segurança, saúde, educação, moradia digna, alimentação, higiene, vida com pleno funcionamento mental, emocional e corporal. Paulo destaca os mestres das nações pagãs, para que convertidos no Deus da vida, zelem pela vida daquele lhe outorga o poder: o povo.
         Lucas relata o administrador que esbanja os bens do seu senhor, "Raramente começa a corrupção pelo povo" (Barão de Montesquieu) agindo com esperteza adultera o balancete, porém o administrador desonesto é elogiado na sua atitude (esperteza para o mal) marca daqueles que vivem em um mundo longe de Deus, pois os filhos desta realidade terrena são mais espertos nos seus negócios, do que os filhos da luz, realidade eterna, eu vos digo: "usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois quando acabar eles vos receberão nas moradas eternas". Cabe aqui uma pergunta: existe amizade construída com dinheiro injusto? a resposta é uma injusta amizade decorrente da esperteza do engano e da mentira, aquilo que Amós já denunciou na primeira leitura.
       Deus Senhor da vida e protetor do pobre, quer fidelidade, justiça, "A justiça sem força e a força sem justiça, são duas grandes desgraças" (Joseph Joubert) nos pequenos e grandes acontecimentos da vida, é dessas atitudes que surge a luz capaz de edificar filhos, filhas, para um mundo de justiça, daí a firme decisão de Jesus "ninguém pode servir dois senhores porque odiará a um e amará a outro ou se apegará a um e desprezará o outro" esta é realidade, divisão, os filhos das trevas, desonestos que agem com esperteza, como aquele administrador simbolo da má conduta deste mundo, que é comparado ao dinheiro, o esterco do demônio. 
      Há os que são atraídos pela luz, estes resplandecem, sendo nas trevas como autênticos filhos e filhas de Deus, só a ele servindo na liberdade, fé, amor, caridade, fazendo uso do dinheiro, porém, sem se deixar dominar e sujar por ele, mas possuídos de uma fidelidade aos olhos de Deus, a estes lhes será confiado muito mais. Deus observa o homem, a mulher santa, que o ama acima  de tudo e de todas as coisas, como pede Paulo: erguem as mãos em oração, sem ira, discussão, algo muito comum nos filhos deste mundo os desonestos, por isso infiéis nas pequenas e grandes coisas, a esses nada lhes serão confiados, por isso revoltados se lançam violentamente desesperados, roubando, adulterando, afim de compensar nas coisas vãs, aquilo que nunca terão da parte de Deus devido a sua atitude de desonestos, são estes os que constroem o deus dinheiro (bezerro de ouro dos nossos dias), um deus mudo, surdo, um ídolo apenas, que em nada lhes poderá socorrer. 
       O Deus criador, eterno absoluto, confiará àqueles que é justo nas grandes e pequenas coisas, um tesouro de valor incalculável, começando pela própria dignidade de serem filhos da luz, receberão Jesus Cristo - palavra viva de Deus -, nele a ressurreição depois de um alonga vida edificada no mesmo, serão renovados em suas esperanças, pertencem ao rebanho conduzido pelo próprio Cristo - Bom Pastor - tem a Virgem Maria como mãe, esperam alegremente a comunhão dos santos, o perdão dos pecados, desde já desfrutam dos bens celestes, concedidos bondosamente por Deus à igreja, que se lança também nas trevas para dar-lhes luz, o conhecimento e a verdade que liberta. O anúncio da santa palavra é para todos, aos bons para que cada vez se tornem melhores; aos maus para que se purifiquem, edifiquem  em Deus com uma vida comprometida na ética do amor. 
       Nos sacramentos sejam robustecidos, com corpo e sangue de Cristo, sejam fortalecidos celebrem a unidade com homens e mulheres que já desfrutam da amizade com Deus, os marcados com o sinal da fé - o batismo - que caminhando firmemente entre o pecado e santidade,  se deixando orientar pelos ensinamentos do mestre Jesus, sempre socorridos pela misericórdia infinita, constroem incansavelmente um mundo novo.

Pe. Antonio Gouveia

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