domingo, 1 de setembro de 2013

É JESUS QUEM CONVIDA, AGUARDE !

              Na 1ª.  leitura da missa do 22°. domingo do t.c. aparece com destaque três qualidades: Mansidão; alguém que tem o domínio sobre as emoções. Generosidade; gente de boa qualidade, aquele que não se apega aos bens materiais; Humildade; é a atitude que faz a pessoa reconhecer as suas fraquezas. São como forças capazes de transformar o ser humano, levando-os à encontrar graça diante de Deus, dessas  praticas queridas por Deus, abraçada por muitos, é a humildade que se destaca  "Pois ate o sol com toda a sua grandeza, se põe e deixa a lua brilhar" (Bob Marley), por meio dela se conhece os mistérios de Deus, todo seu poder, é também um meio de glorificar a Deus de forma profunda.
       Também apresenta um outro comportamento humano, que é o orgulhoso, o antônimo de amizade, para esse não existe remédio, por isso o orgulhoso e doente."O orgulho é a fonte de todas as fraquezas, por que é a fonte de todos os vícios (Sto. Agostinho) O manso, o generoso, o humilde, é também inteligente, pois desenvolve a capacidade da reflexão para bem acolher a palavra do sábio, sempre fica atento, desejoso de sabedoria, estes dons criam o bem e constroem com a graça de Deus, o céu ainda na terra.
        O Salmo no refrão, apresenta-nos a imagem do céu como um grande banquete preparado por Deus, destinado aos humildes, aos mansos e aos generosos. "Com carinho preparastes uma mesa para o pobre".(Sl-67) 
        A palavra pobre, pode ser compreendida primeiramente no seu aspecto escatológico, são todos aqueles que por seus próprios méritos, não conseguem possuir o céu, o banquete de Deus, destinado àqueles a quem ele socorre com sua misericórdia, a pobreza humana é auxiliada na sobrenaturalidade de Deus, somos mendicantes de Deus. "Felizes os que tem espírito de pobre, porque deles é o reino dos céus" (Mt-5, 3), na nossa pobreza espiritual, somos enriquecidos com o amor de Deus, que nos justifica com sua misericórdia, por isso os pobres devem se alegrar no Senhor, nele confiar e esperar.
    Uma outra compreensão da palavra pobre, é politico-sociológica, nos ajuda a fazer uma leitura a cerca das mazelas sociais como: fome, violência, misérias... resultante da  atitude dos orgulhosos, que querem tudo para si, impedem o amor, carcomidos pela ambição, fazem reinar a fome e a miséria, gerando pobreza, espiritual e material."A ambição de possuir mais do que qualquer outra coisa, é o que impede o homem de viver de maneira livre e nobre" (Bertrand Russeell). Contra ela, devemos lutar usando a inteligência, sabedoria e a fé, para quebrar as estruturas do mal que institucionaliza a pobreza na terra.
      Jesus é o homem manso, generoso, humilde, é o mediador de todos, com a nova aliança, sua palavra que nos envolve acolhendo á todos, sobretudo os justos que chegaram a perfeição, e seus nomes resplandecem escritos no céu, que é simbolizado na cidade de Sião, a Jerusalém celeste, lugar de festividade, confraternização, morada dos anjos, é esta a realidade que São Paulo nos convida a experimentar, algo que é muito mais forte do que o fogo ardente, tempestade e escuridão, que será superada na luz da boa nova, acreditemos.
         O evangelista Lucas, descreve Jesus Cristo comendo na casa do chefe dos fariseus em um dia de sábado, podemos entender aqui uma igreja doméstica, a comunidade Lucana compreende um Jesus que ultrapassa o templo, agindo fora das estruturas da lei, acolhendo todos, aleijados, coxos cegos, mazelas que servem para identificar o pecado e o pecador .
         Lucas nos diz que o primeiro lugar não deve ser tomado de forma superficial. é bom fazermos um profundo exame de consciência para vermos se de fato merecemos os primeiros lugares, se lá conseguiremos chegar.      O primeiro lugar é oferecido pelo dono do banquete, Deus, que acolhe o manso "Quem pratica a mansidão sempre sai ganhando, por que tem as rédeas das emoções em suas mãos" (Mt-5-5), o humilde, aquele que aprece no texto de Lucas de forma surpreendente, fica no último lugar: o manso, humilde, generoso, pois não usa para si o que praticou de bom, como argumento para conquistar o primeiro lugar, "Nós poderíamos ser muito melhores, se não quissemos ser tão bons" (Sigmund Freud) é o elevado, foi valorizado. Lucas também nos orienta a agir com gratuidade, à partir do agir de Deus, devemos acolher aqueles que nada podem fazer para retribuírem o bem recebido, como por exemplo: os pobres, aleijados, coxos, cegos, é exatamente isso que Deus realiza, prepara um banquete para todos os carentes e necessitados, nós, eu, você, ele, o que podemos oferecer a Deus se ele já tem tudo?

Pe. Antonio Gouveia
      

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