Em 1º de maio de 1.955 o papa Pio XII, diante de uma grande multidão na praça São Pedro, dá um destaque todo especial ao trabalho humano, "Que sejam operários do mundo e no mundo a partir do Cristo trabalhador". Assim promove no mundo uma visão saudável do trabalho; humaniza as relações entre operários e patrões afim de construirmos um mundo de justiça e paz. O patrono deste dia passa a ser "SÃO JOSÉ" pai terreno de Jesus e esposo da Virgem Maria, mãe santa e filho santo. São José torna-se o protetor de todos os operários.
Recorramos a ele para que o nosso trabalho produza frutos benéficos, a partir deste homem santo, o operário de Nazaré que na alegria e obediência trabalhava para Deus. E assim construir a esperança no coração humano sobretudo naqueles que refazem suas forças no poder de Deus, em Cristo Jesus e no colo da Virgem Maria, pois o Cristo sempre trabalhou e trabalha em favor das almas cançadas e abatidas, a fim de aliviar o peso de nossas costas.
É com essa mesma alegria e confiança através do nosso trabalho que vamos construir um mundo novo, um cotidiano de confiança e solidariedade. "Seja qual for o trabalho, fazei-o de boa vontade, como para o Senhor e não para os homens"!. (Col 3,23).
Quando a igreja destaca esta data no calendário Cristão, quer propor ao mundo uma nova compreensão do trabalho, do seu valor, levando todos a ver o trabalho não como escravidão, sim realização e alegria humana, fonte do sustento e promoção da vida, nesta visão não somos simplesmente fazedores de coisas, ou empregados, somos colaboradores do próprio Deus na obra da criação, modelando com as mãos e regando com o suor do rosto à terra que acolhe nossas esperanças em forma de sementes, fazendo brotar no labor humano a paz e a realização dos homens e das mulheres, que a convite de Deus forjam um mundo de relação amorosa, caritativa, a partir daquela imagem e semelhança de Deus, todos somos operários da obra divina e Deus constantemente nos alerta e nos incentiva a lutar contra as estrutura do mal, que surgem sobretudo na prática da escravidão, prática esta sempre combatida por Deus, pois Ele livrou o seu povo da escravidão na antiga aliança, Jesus conduz o seu ministério libertando o homem e a mulher das correntes do mal.
A igreja acolhedora dos filhos de Deus no mundo, continua com este propósito querido por Deus, vivenciado por Jesus e impulsionados no Espírito Santo, que é libertar o ser humano de toda forma de escravidão, sobretudo essa do trabalho.
Em 1.886 Chicago, Estados Unidos, milhares de trabalhadores passaram a lutar contra a escravidão, baixo salários, humilhações sofridas no trabalho, lutar pelos seus direitos tudo começou em 1º de maio e reivindicavam a redução da jornada de trabalho para oito horas diárias, pois antes era treze horas, essa manifestação provocou mortes de trabalhadores.
Quatro dias depois, sete policiais foram mortos e doze pessoas que reivindicavam seus direitos, dezenas de feridos. Em 20/07/1889 a capital francesa destaca o 1º de maio para festejar o dia do trabalhador. Aqui no Brasil a data é comemorada desde 1895. Em 1925 por decreto do então Presidente da República Artur Bernardes, torna o 1º de maio oficial. Em 1940 Getúlio Vargas, cria o salário mínimo. Em 1941, surge a justiça do trabalho, foram conquistas que ainda não corresponde aos direitos dos trabalhadores, muito deve ser feito.
A igreja católica ver nesta data civil, o momento ideal para refletir sobretudo o trabalho como dom de Deus e realização humana, busca de conquistas dos povos, filhos de Deus e irmãos entre si, sem o peso da escravidão, apenas um labor construtivo onde todos devem ser valorizados naquilo que realizam.
São José Operário, rogai por nós !!!!Padre Antonio Gouveia