sexta-feira, 26 de abril de 2013

INQUISIÇÃO

                 A inquisição teve origem com os reis e com o povo, na tentativa de se protegerem dos heréticos que divulgavam heresias, como por exemplo os maniqueístas, que ensinavam que existia um deus criador da alma, deus bom e deus do mal criador do corpo, praticavam severas mortificações corporais e suicídio para se livrarem do corpo e protegerem a alma na perfeição, matavam as mulheres grávidas, saqueavam e queimavam vilas. Diante dessas atitudes, os reis e toda população se reuniam para defender seus bens e se livrarem dos falsos ensinamentos chegando até a luta armada, praticando a justiça comum e sem critério de julgamentos condenavam a morte os hereges.
                 Ao mesmo tempo reis e imperadores cobravam atitude da igreja, que tinha nas suas mãos o poder de julgar, mas por outro lado também usavam seu poder contra a igreja.
                 Assim a inquisição era usada de forma política, reis e imperadores usavam a força e a violência para punir não só os hereges (questão religiosa), mas também aqueles que não aceitavam a opulência e arrogância dos seus soberanos. Praticavam barbáries e as justificava em nome da igreja, que infelizmente nesta época estava atrelada  aos monarcas.
                 É necessário se fazer uma avaliação histórica levando em conta o tempo, a época em que tal fato se deu, o que não se pode é simplesmente acusar a igreja de assassina, de inquisidora como muitos fazem sem base ou conhecimentos históricos.
                 Historiadores honestos e sinceros com a história, levam em conta os mecanismos e dinâmicas de cada tempo e cada época, por exemplo: O historiador americano protestante Charles H. Lea em seu livro Histoire de l'Inquisition au Moyen Age, diz o seguinte: "A inquisição não foi uma instituição concebida e imposta ao mundo cristão pela ambição e pelo fanatismo da igreja, é produto de uma evolução natural, necessária das diversas forças do século XIII ... ,estou convencido de que o número de vítimas que morreram na fogueira é menor do que o que se julga, a fogueira foi o método menos usado".
                 A Inquisição também salvou muita gente da morte e é vista como uma forte experiência de avanço no direito penal, trazendo garantias jurídicas aos acusados: como direito de defesa. "Os ditos juízes de Deus", influenciados pelos bárbaros germânicos, quando sem provas o acusado tinha que confessar o seu delito em um tacho de água fervente, isso e outras atrocidades o cristianismo da época combateu duramente. Convém sabermos que as prisões eclesiásticas eram muito mais humanas do que as civis, estas sim, faziam atrocidades e justificava dizendo que era o tribunal católico. A igreja não condenava ninguém à morte diretamente (pois o processo vinha do civil fechado e com pena definida), ela foi obrigada a aceitar este contexto. Pois era a atitude jurídica da época, derramar sangue, condenar à morte, cabia ao Estado, ao rei e nunca a igreja. As condenações à morte era um percentual de 5%  em relação ao número de processos levados até o final, o que é grave (não se pode matar, principalmente  em nome de Deus).
                 O historiador Giacomo Marina afirma "Houve abuso, não se pode negar, pois muitas vezes o poder civil e imperial desrespeitava e ultrapassava o poder eclesiástico sobretudo para eliminar seus adversários políticos".
                 O que se costuma falar nas escolas de primeiro e segundo grau e sobretudo nas universidades, é somente sobre a inquisição católica, porém é preciso ser honesto com a história e falar também da inquisição protestante, que de forma violenta e impiedosa curtida na revolta ante católica matou  a muitos, justificando o zelo hipócrita e moralista dos anglicanos calvinistas e luteranos, os protestantes também tinham os seus tribunais inquisidor  e muito sofisticado em violência, agiam desta forma para conservar e impor a fé onde o protestantismo era dominante.
                 O ex monge Lutero - 1483-1546, persegui e torturou milhares de pessoas sobretudo os Anabaptista, grupo também protestante que se opunham aos ensinamentos da reforma, divergiam sobre os ensinamentos do batismo. Lutero o pai dos crentes protestantes e evangélicos, publicou textos contra os Judeus, esses textos foram utilizados pelos nazistas da Alemanha, o teor do ódio no escrito de Lutero venha de encontro com a fúria de Hitler.
                 João Calvino reformador protestante, criou a "polícia da fé", ao organizar a igreja presbiteriana, promoveu confissões, denúncias, espionagem, levando muitos às prisões e torturas, prendeu, processou e matou o médico humanista Miguel Servet Griza, o descobridor da circulação sanguínea, causa da morte?: posições contrárias aos ensinamentos calvinistas e posições antibíblica.

continua...

Padre Antonio Gouveia

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