O 4º domingo da páscoa é dedicado a uma das figuras mais significativas aplicadas à Jesus. "O Bom Pastor", esta figura já esta presente no salmo 23. É retirada de um ofício simples e comum do homem do campo, que era de pastorear as ovelhas, proteger e cuidar do rebanho. Saindo da vida comum, ganha em Jesus, um relevo sublime daquele pastor supremo que conduz à todos para o Pai. É a partir dessa imagem que a Igreja vai organizar o seu agir no mundo exercendo a pratica pastoral. No século dois Hermas um escravo liberto escreve uma obra cristã denominada "O Pastor de Hermas", relata cinco visões, doze mandamentos e dez parábolas, encorajando os leitores a ter esperança, suas fontes são: O Antigo Testamento, O Evangelho de João, A Epístola de Tiago e o Apocalipse, mas a influência forte é o agir do pastor. O pastor que é bom , cuja bondade é testemunhada por muitos.
No século três, gravuras e mosaicos em catacumbas, retratam o Bom Pastor, assim como vitrais, quadros e estátuas, representando o mesmo, traduzem a força do relato de João 10;1-21.
Porque o Pastor é Bom? - Ele cuida tão bem das ovelhas e as protege simplesmente porque delas tira o seu sustento e sobrevivência, explorando-as através da sua lã, sua carne e o seu leite, esta é a bondade interesseira.
Quando a imagem do Bom Pastor é aplicada à Jesus, se torna assustadoramente inversa, pois Jesus o Bom Pastor não explora e nem precisa das ovelhas. Ele as sustenta e as salva, conduzindo-as com seus ensinamentos, somos nós as ovelhas e necessitamos da bondade desse Pastor.
Quando Ele se apresenta generosamente, naturalmente aparece o falso pastor chamado de mercenário. As ovelhas ouve a vóz do Pastor e a indetifica meio as outras vozes e barulhos confusos, a identifica porque esta vóz proclamada na Fiat da criação, na noite fria do natal, tantas vezes na sinagoga, praças e campos e também na cruz, quando do alto o boníssimo Pastor resgata e recria a todos no santo sacrifício da cruz, aspergindo sobre todos o seu sanque edificante.
A palavra de Deus nunca foi e nem será silenciada, mesmo quando seus anunciadores são martirizados, assim como o próprio Cristo, o apóstolo Pedro e hoje Dom Oscar Romero, irmã Doroth, aqueles que entregaram a sua vida no sacrifício da caridade e com a mesma deixaram o Bom Pastor falar, madre Tereza de Calcutá, irmã Dulce, beato João Paulo II, testemunhando para o mundo o seu profundo amor ao Bom Pastor. A igreja proclama a palavra do Bom Pastor e agradece à Deus que no seu filho Jesus quer acolher à todos no seu redil a igreja, o mesmo fala em Jesus Cristo, "Ninguém vai arrancar as ovelhas de minha mão". "Graças vos dou meu Pai e Senhor do céu e da terra, porque ocultastes essas coisas ao sábios e prudentes e as revelastes aos pequenos" (Mt 6,25).
As pequenas ovelhas do Senhor são todos os que vivem à margem da vida só lhes resta o aconchego, a vóz suave do Bom Pastor que cria em todos a decisão de caminhar no chamado de sua vóz, deixemo-nos conduzir por este Bom Pastor, sejamos ovelhas e cordeiros nas planícies verdejantes da esperança, confiança, participação, construtores de um mundo novo. Peçamos à Virgem Maria, mãe do Bom Pastor que nos encoraja para vencermos os pastores maus, os mercenários que enganando, iludindo estraçalham a vida de muitos, tomemos cuidado para não nos tornarmos cabritos, bodes que simbolizam aqueles que fugiram do rebanho do Bom Pastor, saltitantes e fujões não identificam a suavidade da palavra edificante e construtiva, pronunciada por Jesus e proclamada e vivida pelo os batizados na fé da Santa Mãe a Igreja Católica Apostólica Romana.
Padre Antônio Gouveia
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